RESENHA CRTICA: Uma Mulher Fantstica (Una Mujer Fantastica)

Um dos filmes mais interessantes deste ano, to irregular e decepcionante

22/02/2018 14:55 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Uma Mulher Fantástica (Una Mujer Fantastica)

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Uma Mulher Fantástica (Una Mujer Fantastica)

Chile, 2017. 1h44min. Diretor: Sebastian Lelio. Com Daniela Vega, Francisco Reyes, Luis Gnecco, Aline Kuppenheim, Nicolas Saavedra, Amparo Noguera. Roteiro de Sebastian Lelio, Gonzalo Maza.

No Festival de Berlim desde ano, o diretor chileno Sebastian Lelio, ganhou o prêmio do Júri Ecumênico, melhor filme e roteiro o que já seria motivo suficiente para assistir ao filme. Até porque quatro anos antes ele também impressionou Berlim contra outro filme (por sinal exibido aqui com muitos elogios, Gloria, um retrato de mulher, no caso de meia idade, e que agora está sendo refeito para os americanos com Julianne Moore). Ele tem um pouco a influência de Almodovar e logo entrou para a primeira fila do cinema chileno que tem sido consagrado junto com outro diretor muito premiado e consagrado Pablo Larrain.

Vindo do documentário e muitos curtas, Sebastian formou-se Escuela de Cine de Chile, e fez interessantes em geral mostrados em Festivais (La Sagrada Família, 05, Navidad, 09, El año del Tigre, 11 e um filme em língua inglesa recente e ainda inédito aqui Disobedience, com as estrelas Rachel Weisz e Rachel MacAdams vivendo um drama de judeus ortodoxos e relação lésbica.

Este filme aborda um assunto do momento ainda mais quando a estupidez humana sempre insiste em crescer quando voltam a perseguir transgêneros. Já aqui tratando ela como uma criminosa, ainda mais quando o homem que ela ama tem morte inesperada e abrupta. Sem deixar de ter momentos de humor, o filme não tem nada de chocante, mas é muito bem realizado e extremamente verdadeiro e humano. Nunca faz propaganda, não advoga coisa alguma. Consegue criar uma figura feminina muito tocante, ajudado por uma fotografia criativa (que tem até Foz do Iguaçu). A Figura central chama-se Marina Vidal, uma cantora de vinte e tantos anos, trabalhando como garçonete para pagar as contas e tem uma ligação com Orlando (Francisco Reyes). Há problemas, momentos inesperados, envolvimento da polícia, um detetive que a trata como prostituta e pior. Uma morte virá ainda por cima complicar a situação com uma brutalidade e falta de respeito de assustar diante das imagens plásticas de um Chile moderno e elegante. E na história as cataratas do Iguaçu tem papel importante ainda que curto.

Prefiro não entrar em detalhes. Mas certamente o filme é dedicado a figura central de Daniela Vega, uma GLBT que desde criança tem o dom de uma voz belíssima e afinada conforme se confirma no filme. E destaco a maneira como é bem utilizada músicas populares ou até clássicas (trilha musical de um britânico experimental Matthew Herbert) no que veio a ser considerado um dos mais interessantes deste ano, tão irregular e decepcionante. Está indicado ao Oscar de filme estrangeiro indicando como o Chile vem crescendo na qualidade de seu cinema (pena que não podemos dizer o mesmo do nosso). Não achei que é um grande filme (me incomoda demais a mania dos diretores em ficarem perseguindo os atores com a câmera atrás deles. Será que nunca viram em cortes, em plano e contra plano?). Revi o filme por causa do Oscar, mas está longe de ser meu favorito.

 

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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