A Volta da Versátil

Novos lançamentos em DVD deixam os cinéfilos de alma lavada

25/11/2017 22:11 Por Rubens Ewald Filho
A Volta da Versátil

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Não podia ter ficado mais feliz do que quando ontem me chegaram três novos boxes (ou digistack como eles a chamam) anunciando assim o retorno da querida empresa Versátil que estes últimos meses (e quase o ano inteiro) tiveram dificuldades em continuar no mercado de Home Video. O que me deixou muito aborrecido, não apenas por ser amigo deles, mas principalmente porque eu me divertia muito saindo em busca dos filmes antigos que por um motivo ou outro eu nunca tinha visto. Em geral em categorias de gêneros como agora quando saíram Obras Primas do Terror 7 com 6 clássicos, Vampiros no Cinema 2 com 4 títulos e Filme Noir Vol 9 com 6. Sempre acompanhados por extras e documentários (embora um caso especial seja no Noir, onde colocaram como extra um filme do gênero, na verdade uma obra-prima pouquíssimo conhecida aqui que Trágico Álibi (My Name Is Julia Ross), com minha velha amiga Nina Foch, 45, do Cult Joseph Lewis. Por ter apenas 65 min. Nem por isso é impecável no gênero.

Os Melhores do Terror

Para mim até hoje meu terror favorito é Os Inocentes, de Jack Clayton, 61 com a adorável Deborah Kerr. Foi o primeiro que realmente me deu medo, arrepio pelo corpo todo. E depois teve várias refilmagens, até uma nacional. Mas é difícil superar um filme perfeito. Até o roteiro é do celebre Truman Capote.

Os outros: Um Grito de Pavor (Taste of Fear,61), foi dos primeiros dos grandes sucessos da Hammer (dizem que Christopher Lee o admirava especialmente), mas também tem a estrela inglesa Ann Todd e a jovem americana Susan Strasberg (que é jogada em piscina em cena clássica). Outro da mesma época foi o cult Calafrio de Daniel Mann, 71 quando um adolescente treina ratos selvagens para atacar seus inimigos. E uma bem-humorada história de terror chamada A Mansão da Meia Noite, 83 que reúne Vincent Price, Christopher Lee, Peter Cushing, John Carradine, Desi Arnaz Jr, Richard Todd. Produzido por Menahem Golan.

Vampiros no Cinema 2

Surpreende por logo de cara não ter os atores clássicos de sempre, mas ao contrário procura revelar outras figuras do gênero que também tiveram seu momento de sucesso. Blácula, o Vampiro Negro, 72, justamente sobre o primeiro ao menos mais divulgado dos vampiros do gênero, que foi vivido por William Marshall (1924-2003) que era veterano de Broadway, de musicais, misto de indígena e negro, que teve a coragem de experimentar o gênero. Parte da história da Black Exploitation. Temos ainda o diretor especialista em terrror Dan Curtis com Nas Sombras da Noite,70, aquela mesmo que depois viria a ser refeita por Tim Burton (inspirado em série de TV virou filme). E mais Capitão Kronos o Caçador de Vampiros ,74 e Conde Yorga, Vampiro,70, tudo pura raridade !!!!

Filme Noir Vol 9

Tomara que o gênero Noir não acabe tão cedo porque é dos meus favoritos e também de grande parte dos americanos que cultuam os suspenses dos anos 40 e 50. Esta edição aqui tem filmes classe A de astros como James Cagney em O Amanhã Que Não Virá (Kiss Tomorrow Goodbye, 50), um gangster que vai para a prisão e corrompe todos. Gordon Douglas dirige. Outro diretor ainda mais famoso é Joseph L. Mankiewicz de A Malvada e Cleópatra, que ficou famoso com este Sangue do Meu Sangue (House of Strangers,49) sobre família italiana que se odeia e cai em traições. Elenco de primeiríssima tem Edward G. Robinson, Susan Hayward, Richard Conte, Debra Paget, Efrem Zimbalist Jr. Robinson foi votado melhor ator em Cannes. Rincão de Tormentas (Brighton Rock, 47) é uma raridade britânica que é pouquíssima conhecida no Brasil, mas é puro cinema noir. Richard Attenborough (futuro diretor) faz um vigarista assassino que vive em cidadezinha de praia. Baseado em livro do grande escritor Graham Green e direção de John Boulting. Foi refeito como Pior dos Pecados, com Helen Mirren, Sam Riley. Mais outros noirs: Sem Sombra de Suspeita (The Unspected, 47), de Michael Curtiz, o mesmo de Casablanca. Com Claude Rains, também daquele filme, Joan Caufield, Audrey Totter, onde secretaria de radialista é morta e o patrão é acusado. Caçada Mortifera (Murder by Contract, 58), de Irving Lerner, famoso na época e estrela pelo ator de teve Vince Edwards, que foi Ben Casey, elogiada por Scorsese. A Mulher Dilligente (Decoy, 46), o mais raro, dirigido por um certo Jack Bernhard (segundo IMDB, estreia de um diretor pouco conhecido e que fez apenas 10 trabalhos imemoráveis, 14-97. Este aqui realmente tem certa áurea de Cult. Não conhecia a atriz central Jean Gillie (1915-49), que não é surpresa para ninguém é a mulher do diretor! Melhor dizendo se conheceram em Londres se casaram mas três anos depois aos 33 anos de idade de pneumonia! Fez apenas mais um filme de certo prestigio, que foi Covardia (The Macomber Affair, 47) com Gregory Peck, Joan Bennett, Robert Preston. Pena que o filme foi feito pela pobre chamada de Poverty Row, a Pathe pouca gente se lembra dele. Opa, uma grande viagem pelos incríveis bastidores do Noir!

Divirtam-se!

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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