RESENHA CRTICA: Egon Schiele - Morte e a Donzela (Egon Schiele: Tod und Machen)
Quem viu o anterior vale ver esta nova verso? Positivo, para quem curte o gnero e o estilo de arte. Sem grandes expectativas, porm
Egon Schiele - Morte e a Donzela (Egon Schiele: Tod und Machen)
Alemanha, 16. 1h50. Direção de Dieter Berner. Roteiro de Hilder Berger (baseado em livro de sua autoria), Dieter. Com Noah Saavedra, Maresi Riegner, Valerie Pachner, Marie Jung, Elisabeth Umhlauf, Larissa Breidbach.
Ainda tenho bem próximo de mim outro filme biografando o pintor, especialistas em nus e apaixonado por duas mulheres, no que se chamava Excesso e Punição (Exzesse, 1980), direção de Herbert Vessely, com Jane Birkin, Mathieu Carrière, Christine Kauffman, todos eles atores da moda. Uma realização chique e instigante, ao menos daquele momento. Apresentado com certa ironia, já que dizem que hoje em dia os grandes artistas da França, estão fora de moda, superados pelos costureiros de moda, Mas isso não estaria acontecendo na Alemanha, onde além deste remake apresentaram pouco antes um certo Lou Andreas-Salome. Assim conta como em 1918, no fim da Primeira Guerra Mundial, o pintor Egon cuida de sua mulher Edith, gravemente doente. Sua irmã mais nova o encontra num estado lamentável no decadente atelier. Oito anos antes ele havia abandonado os estudos de Belas Artes, preferindo procurar seu próprio estilo de nus. Procura uma nova modelo que vem a ser a dançarina do Tahiti chamada Moa, que será sua primeira musa. Mas a mulher de sua vida será Wally, que ele descobre numa visita ao também pintor Klimt. Ela será de grande ajuda quando passa a ser descoberto e famoso internacionalmente. É quem sem duvida o pintor é uma figura fundamental no chamado expressionismo austríaco, provocador, até chocante, numa época onde certas ousadias era inaceitáveis. Na Europa foi muito elogiado o ator que faz Schiele (Noah Saavedra) que esteve em 007 contra Spectre, mas pouca coisa de importância. O diretor aqui é um vienense veterano (1944), com 20 créditos e nada depois deste filme (nada exibido aqui, teve indicações a prêmios por este filme, ganhando um premio Romy).
Cabe a pergunta: quem viu o anterior vale ver esta nova versão? Positivo, para quem curte o gênero e o estilo de arte. Sem grandes expectativas, porém.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.