Alguém Me Vigia
Ao se mudar para Los Angeles para trabalhar numa rede de TV, Leigh Michaels (Lauren Hutton) começa a ser vigiada em seu apartamento por um estranho. Ele envia presentes exóticos e faz ligações telefônicas para atormentá-la. Leigh suspeita que um maníaco sexual esteja à solta, mas não procura ajuda. A partir daí tem início um eletrizante jogo de gato e rato.
Alguém Me Vigia (Someone's watching me!). EUA, 1978, 97 min. Suspense/Horror. Colorido. Dirigido por John Carpenter. Distribuição: Obras-Primas do Cinema
Um thriller denso com toques de terror feito para a TV escrito e dirigido pelo mestre do cinema de horror contemporâneo John Carpenter, meses depois de ter lançado sua obra-prima, “Halloween – A noite do terror” (1978). Nesse jogo de gato e rato sobre voyeurismo e insanidade, uma mulher é atormentada dia e noite por um maníaco sexual, via telefone. Quem interpreta a personagem é a bonita atriz e ex-modelo Lauren Hutton, de “Gigolô americano” (1980), afastada há décadas das telonas.
Originalmente distribuído pela Warner Bros, é um daqueles filmes que descobrimos o vilão somente no desfecho – e até lá o público fica apreensivo, com uma angústia danada.
Foi o quarto trabalho de John Carpenter, já sinalizando o talento que o consagrou no gênero, numa produção modesta que abriu portas para obras de terror sobre voyeurismo como “Mensageiro da morte” (1979, com Carol Kane, realizado no ano seguinte), “O fã - Obsessão cega” (1981, com Lauren Bacall), “Dublê de corpo” (1984, de Brian De Palma, uma versão revisitada e macabra de “Janela indiscreta”, de Hitchcock) e “Eu vi o que você fez e sei quem você é” (1988, outro telefilme, que fez sucesso nas sessões vespertinas na TV brasileira nos anos 90).
Fita rara, que agora pode ser descoberta pelos cinéfilos, disponível no Brasil em DVD pela distribuidora Obras-primas do Cinema, que a lançou no box “John Carpenter”, uma caixa especial em homenagem ao cineasta, que contém quatro filmes dele – além deste temos seus dois trabalhos de estreia, a ficção científica com humor “Dark star” (1974) e o policial “Assalto à 13ª DP” (1976 – que ganhou remake em 2005), e mais um telefilme, “Trilogia do terror” (1993), em que Carpenter dirige um dos episódios (os outros episódios são assinados por Tobe Hooper, falecido recentemente, e o último pelo também roteirista Larry Sulkis). No box, dois discos, com diversos extras como especiais e entrevistas, e acompanha quatro cards com as capas dos filmes. Para colecionar!
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com