Cicero Dias: O Compadre de Picasso
Documentario sobre o longo per?odo em que o pintor modernista Cicero Dias (1907-2003) viveu em Paris, onde ficou amigo proximo de artistas plasticos mundialmente famosos, como Pablo Picasso e Henri Matisse
Cícero Dias: O Compadre de Picasso (Idem). Brasil, 2016, 79 minutos. Documentário. Preto-e-branco/Colorido. Dirigido por Vladimir Carvalho. Distribuição: Bretz Filmes
Integrou a seleção oficial do “É tudo verdade”, o festival mais importante de documentário no Brasil, esse filme único e de grande beleza, que tem narração de Fernanda Montenegro e Othon Bastos. A direção poética de Vladimir Carvalho (com quem tive a honra de ser jurado em 2009 no Festival de Cinema de Goiânia) faz ressaltar o brilho do personagem, um dos artistas plásticos mais contemplados fora do Brasil, Cícero Dias. Carvalho, hoje aos 85 anos, é um mestre do cinema documental, assim como Eduardo Coutinho (para mim os dois maiores documentaristas brasileiros), diretor de obras-primas do doc nacional, como “O país de São Saruê” (1971), “Conterrâneos velhos de guerra” (1991), “O engenho de Zé Lins” (2007) e “Rock Brasília: Era de ouro” (2011) – ele é irmão mais velho do diretor de fotografia Walter Carvalho (de “Central do Brasil”), que também dirigiu filmes como “Cazuza – O tempo não para” (2004) e “Raul: O início, o fim e o meio” (2012).
Nessa coprodução Vertovisão e Canal Brasil, distribuído em DVD pela Bretz Filmes, é reconstruída a carreira do pintor modernista nascido no Pernambuco enquanto esteve em Paris – Cicero Dias mudou bem novo para lá, conviveu com Picasso, Matisse e outros artistas plásticos que revolucionaram cor e forma no século XX. No filme aparecem fotografias históricas de Dias por Paris, em seu ateliê, pelas ruas da capital da França e com os artistas mencionados, além de gravações raras dele e de amigos e familiares. Uma homenagem sincera para um artista plástico considerado um criador nato, que retratou a realidade do Nordeste e o projetou pelo mundo afora. Deixou uma frase que resumia seu processo criativo e estampa a lápide onde está enterrado, no cemitério de Montparnasse: “Eu vi o mundo... ele começava no Recife”. Assista e conheça vida e obra de Dias.
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com