Amargo Pesadelo
Quatro amigos de longa data fazem uma viagem para curtir dias diferentes nas montanhas. Eles querem descer, de canoa, as corredeiras de um rio na Georgia. Em uma parada na margem do rio, o quarteto vira alvo de montanheses sadicos, o que tornara os dias de descanso em um pesadelo infernal
Amargo Pesadelo (Deliverance). EUA, 1972, 109 minutos. Ação. Colorido. Dirigido por John Boorman. Distribuição: Classicline
Icônico, “Amargo pesadelo” é dos meus filmes preferidos, uma obra nunca antes vista no cinema. Mas se prepare porque a história é uma porrada! Isso porque os quatro personagens da trama serão vítimas de cruéis homens do mato que, portando armas, cometem tortura, ameaças e até estupro.
Tudo parecia ir bem naquele dia tranquilo para os amigos Ed, Lewis, Bobby e Drew. Viajando de carro até as montanhas para um passeio de canoa no rio, recebem a recomendação de moradores para não fazerem a aventura, já que a área foi desativada para a construção de uma represa. Eles ignoram o alerta e seguem viagem. As primeiras horas são de descontração, brincadeiras e liberdade nas corredeiras do rio, mas quando são confrontados por sádicos montanheses, vem momentos de sufoco, medo e fúria, que tomarão conta dos amigos.
Filme extremamente difícil de ser gravado por dois motivos: os elementos violentos e polêmicos da história (baseada no romance de James Dickey, com roteiro dele mesmo), cujas cenas mais impactantes foram cortadas em alguns países; e as locações – o filme foi rodado nas florestas e cachoeiras da Georgia, inclusive no rio Chattooga. Burt Reynolds quebrou o cóccix numa queda, parte da equipe se machucou e sofreu com o calor intenso da região, há uma cena inteira numa corredeira de barco que demorou muito para ser finalizada etc
Façanha artística única e memorável, feita com maestria pelo diretor britânico John Boorman, de “Excalibur” (1981) e “Esperança e glória” (1987). O elenco está afinadíssimo, e há pelo menos duas cenas antológicas, a do duelo de banjos e a do terrível estupro.
Recebeu três indicações ao Oscar: melhor filme, diretor e edição, além de cinco indicações ao Globo de Ouro, como melhor filme – drama, diretor e ator para Jon Voight.
Um filmão surpreendente, que te marcará para sempre! Em DVD pela Classicline.
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com