NOS CINEMAS: ATENA

O filme de Caco Souza nao esta preocupado em atribuir nocoes de certo e errado, prefere discutir os caminhos de uma sociedade ainda patriarcal

31/07/2025 02:51 Por Adilson Carvalho dos Santos
NOS CINEMAS: ATENA

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A questão da justiça sempre gera discussões calorosas, principalmente quando o sistema parece favorecer a impunidade, e tantas mulheres se tornam presas fáceis de pedófilos, abusadores e relacionamentos tóxicos. O novo filme de Caco Souza (400 Contra Um) coloca sua protagonista vivida por Mel Lisboa (Os Dez Mandamentos, Presença de Anita) como a justiceira disposta a tudo para fazer algo quando ninguém mais faz, sendo ela própria também vítima de abuso de seu próprio pai quando criança. Vencedor dos prêmios de melhor filme, montagem e roteiro no Festival Cine Santo André 2024 e de melhor roteiro, melhor trilha sonora e melhor ator coadjuvante no II Febancine, ATENA destaca o protagonismo feminino que toma a justiça nas próprias mãos como uma versão moderna do clássico Desejo de Matar (1974) de Charles Bronson. Com a ajuda do jornalista Carlos (Thiago Fragoso), Atena (Mel Lisboa) encontra seu pai em Montevidéu e inicia uma busca por vingança, confrontando os limites entre justiça e retaliação. Ambos os personagens correm em paralelo alimentados pelo inconformismo com o qual a lei do homem parece pouco se importar com a demanda de casos, retratado na cena em que Angela (Jessica Nigro) vai a delegacia para denunciar seu marido espancador (Marcello Crawshaw) mas é tratada com descaso na delegacia. O filme de Caco Souza não está preocupado em atribuir noções de certo e errado, prefere discutir os caminhos de uma sociedade ainda patriarcal, ainda favorecendo monstros que se escondem por traz da fachada de marido, pai ou empresário que abusam de suas vítimas, numa proporção mais rápida que a lei pode alcançar. O filme denuncia, põe dedo na ferida, conta histórias como várias similares que já aconteceram. Thiago Fragoso faz de suas falas focos de consciência de uma imprensa que escolhe no filme ser parte da notícia, em vez de apenas expor o sofrimento de suas vítimas. Ao final a estrada se abre como uma longa jornada em busca de punição para os criminosos, pois existem mil e uma Atenas e Angelas, histórias que a câmera de Caco Souza traz à luz da cena. O filme estreia nesta quinta (31/07) nos cinemas.  

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