RESENHA: Anos Felizes (Anni Felici)
RESENHA: Anos Felizes (Anni Felici)
Anos Felizes (Anni Felici)
Itália, 13. Direção e Roteiro de Daniele Luchetti. 106 min. Com Kim Rossi Stuart, Micaela Ramazotti, Martina Gedeck, Samuel Garofalo, Pia Engleberth, Ivan Castiglione.
Este é o filme mais recente de um dos bons diretores do cinema italiano atual, infelizmente mal conhecido por aqui apesar de ser amigo e sócio de Nanni Moretti. Luchetti fez sucesso com a excelente comédia Meu Irmão é Filho Único (07) e acerta novamente com esta historia assumidamente autobiográfica onde relembra como era sua família, nos anos 70, quando tudo parecia virar de cabeça para baixo. Seu pai era um artista plástico confuso mas bonitão (feito por Kim Rossi Stuart, que é filho de um astro dos spaghetti Western, Giacomo Rossi-Stuart, 1925-94, e por isso ator desde os cinco anos). Entrou na mania de fazer performances onde tiram a roupa em museus ou na rua, mas é incapaz de ser fiel e se entender com sua mulher Serena (a atriz é casada com o já famoso e ascendente diretor Paolo Virzi e se chama Micaela Rammazotti).
De qualquer forma, o filme foi injustiçado agora há pouco no festival de Pernambuco talvez porque fosse tudo uma “mistureba” indigesta de produções nacionais (naturalmente favorecidas) com estrangeiras. Ficou apenas com prêmios de consolação (atriz coadjuvante empatada com a atriz que faz a mãe, e montagem). Quando merecia muito mais.
Isso é fácil confirmar já que é uma historia terna, divertida, com as melhores qualidades do cinema italiano, com bons atores jovens e que se assiste com muito prazer.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.