RESENHA CRTICA: Fria (Tokarew)
Hoje em dia com o padro do que se apresenta na TV em termos de srie um absurdo fazer um filmeco desses!
Fúria (Tokarew)
Canadá, 2014. 98 min. Direção de Paco Cabezas. Com Nicolas Cage, Rachel Nichols, Max Ryan, Peter Stormare, Michael MacGrady, Pasha D.Lychnikoff, Aubrey Peeples, Danny Glover.
Voltaram a moda com resultado irregular fitas de ação independentes, aproveitando astros em decadência, que não se importam em rodar no Canadá, com diretor novos e elenco inferior. Para não esquecer do roteiro que é sempre básico e sem qualquer novidade. Para ser justo Nicolas Cage foi o pioneiro deles querendo destruir sua reputação aceitando qualquer coisa de que fosse rápida e de má qualidade. Como se tivesse inventado uma via crucis que deveria percorrer a qualquer custo.
A desculpa aqui é que queria trabalhar com o diretor espanhol Paco Cabezas, que já fez 7 roteiros e dirigiu 5 longas (o mais recente Mr. Right, com Anna Kendrick. Não lembro de conhecer os anteriores: Carne de Neon, Invasion Travesti, Aparecidos). Porque nada indica maior talento no diretor, a não se o hoje em dia básico planos abertos para criar maior clima, na verdade incapaz de se diferenciar dos outros.
Curiosamente não foi ele quem escreveu o roteiro, o que o já livra de metade da culpa, já que o problema maior é justamente com a história excessivamente falada, situações previsíveis, e um clímax tosco. Sabe-se que o protagonista chamado Paul McGuire, um criminoso aposentado e agora casado com uma jovem e bela loira, e mãe de outra teen adorável (Aubrey de Shakanado). Numa certa noite, o casal vai jantar fora quando auxiliar vem avisar de um problema (quem faz o papel é o querido Danny Glover, que é casado com Brasileira e hoje figura absorvida pela imprensa, por ser muito legal e simpático!).
Bom, acontece que a casa foi atacada por bandidos mascarados que eventualmente mataram a moça, mas não feriram demais os dois amiguinhos dela. O herói fica louco, vai batendo nos ex e presente inimigos, em sua maior parte russos, até quando se descobre a solução banal. Hoje em dia com o padrão do que se apresenta na TV em termos de série é um absurdo fazer um filmeco desses. Mas O Apocalypse que vem por aí é ainda pior.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.