Cinemark exibe os primeiros filmes da franquia Mad Max

Mad Max e Mad Max 2 - A Caçada Continua chegam antes da estreia nacional do novo longa da série: Mad Max: Estrada da Fúria

08/05/2015 15:19 Por Rubens Ewald Filho
Cinemark exibe os primeiros filmes da franquia Mad Max

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Cinemark exibe os primeiros filmes da franquia Mad Max, com exclusividade, em 12 e 13 de maio. Mad Max e Mad Max 2 - A Caçada Continua chegam a cinco cidades, antes da estreia nacional do novo longa da série: Mad Max: Estrada da Fúria

A Rede Cinemark oferece aos fãs da saga Mad Max uma programação especial antes da estreia nacional do novo filme da franquia, Mad Max: Estrada da Fúria, agendada para 15 de maio. Na terça-feira, 12 de maio, a Rede exibirá o primeiro longa da sequência - Mad Max, que foi lançado em 1979. Já na quarta-feira, 13 de maio, a produção de 1981 Mad Max 2 – A Caçada Continua, ganha as telas da Rede em cinco cidades do país.

As sessões especiais acontecerão às 21h com exclusividade nos complexos dos shoppings Eldorado (São Paulo); Downtwon (Rio de Janeiro); Mueller (Curitiba); Pier 21 (Brasília); e RioMar (Recife). Os ingressos de Mad Max e Mad Max 2 custam R$ 14 (inteira) e R$ 7 (meia) e já podem ser adquiridos no site da Rede (www.cinemark.com.br) ou na bilheteria dos cinemas participantes.

 

Mad Max

Austrália, 1979. 93 min. Diretor: George Miller. Elenco: Mel Gibson, Joanne Samuel, Hugh Keays-Byrne, Steve Bisley, Tim Burns, Roger Ward, Lisa Aldenhoven.

Sinopse: Num futuro próximo, quando a polícia tem problemas para enfrentar gangs e motoristas suicidas, Max Rockansky, um policial vestido de couro, declara guerra contra os motoqueiros sádicos que assassinaram sua família.

Comentários: A trilogia Mad Max é um caso difícil de classificar. Certamente é fita de ação e violência, mas principalmente o primeiro de 1979, era sem dúvida um road-movie. Uma produção extremamente modesta, feita na Austrália por desconhecidos e estrelada por um americano radicado lá, um certo Mel Gibson. A história de um policial do futuro que procura vingar a morte de sua família nas mãos de gang de motoqueiros. Um filme que virou cult, porque na verdade só no segundo (Mad Max 2 – A Caçada Continua/ Mad Max II – The Road Warrior, 1981) fez sucesso mundial, criando moda com sua visão futurista de um mundo pós-guerra nuclear onde se briga pelo combustível e a água. Só então foi descoberto este original, que havia assustado os americanos por causa de seu sotaque, para eles incompreensível. Mas é uma fita tensa, muito bem dirigida, com espetaculares perseguições de carros, stunts (trombadas e cenas de ação), sem esquecer a mistura de personagens bizarros e uma atmosfera estranha. Foi o primeiro filme australiano rodado em Widescreen anamórfico. A edição em DVD lançada por aqui não tem extras e por isso não conta lendas como a história de que Mel Gibson teria ido acompanhar um amigo para fazer o teste do filme. Mas tinha se envolvido numa briga de bar, na noite anterior, e estava com o rosto inchado e desfigurado. Convidaram-no para voltar depois de três semanas para fazer um teste para vilão. Quando voltou, já com o rosto normal, não foi reconhecido pela equipe e acabou sendo chamado para o papel principal. Atenção: ele está tão jovem que é quase irreconhecível. Um outro detalhe curioso, a morte da família só ocorre depois de 73 minutos. Também não se percebe bem a localização ou a época, mal merecendo a classificação de Ficção-Científica.

 

Mad Max 2 – A Caçada Continua (Mad Max 2 ou The Road Warrior)

Austrália, 1981. 95 min. Diretor: George Miller. Elenco: Mel Gibson, Bruce Spence, Vernon Wells, Mike Preston, Virginia Hey, Max Phipps, Kjell Nilsson, Emil Minty, William Zappa.

Sinopse: Depois de ter perdido a família, Max agora é um solitário (a trama se passa num misterioso futuro próximo), se envolvendo com relutância com uma comunidade que produz petróleo e se defende contra um bando de loucos que desejam a gasolina.

Comentários: Poucos se lembram que a trilogia “Mad Max” só fez realmente sucesso a partir deste segundo exemplar que chegou a ser remontado para o mercado internacional. Muito violento, foi imitado por dezenas de outras fitinhas que usavam o mesmo tema em cenários desérticos. É o melhor da série e o responsável pela popularidade de Gibson (americano de nascimento, foi criado na Austrália e não demorou a ser chamado para filmes americanos ). Tem notável visual e grandes perseguições, que o tornam um clássico no gênero. Ganhou grande prêmio de Avoriaz (especializado em terror e fantasia), foi melhor filme estrangeiro dos críticos de Los Angeles, e no Australian Film Institute foi votado melhor direção, som, desenho de produção, figurino, montagem.

Mel Gibson só tem 16 frases de dialogo e duas delas foram “Eu só vim pela gasolina”. O cachorro usado no filme era chamado apenas de Dog e foi adotado pela equipe que o treinou para as cenas do filme, tapando os ouvidos porque o barulho o incomodava. Depois foi adaptado por um dos câmeras. Uma das cenas com motoqueiros foi real e quase matou a pessoa (ele atinge um carro, sai voando, estoura a perna conta o carro e rola em direção a câmera. Miraculosamente o stunt man sobreviveu). A sequência inicial falando sobre o que aconteceu com o planeta foi cortada da versão australiana. O filme tem o maior set e mais caro já feito para um filme local (o forte em Broken Hill, New South Wales) e também a maior explosão que destruiu todos os sets. Estranhamente para um filme de ação, ele foi todo rodado em ordem prevista no roteiro. Chamou-se Road Warrior nos EUA porque poucos haviam visto Mad Max. A locação foi escolhida num lugar onde não chovia há 4 anos. Mas choveu e eles tiveram de interromper a filmagem por uma semana. No deserto era extremamente frio!

 

Quem é o Diretor Miller?

George Miller (1945- ). Diretor australiano, é o realizador de Mad Max (e suas 3 continuações). Durante alguns anos foi o maior sucesso australiano fora do país. Nascido em 3 de março, em Chinchilla, Queensland, foi convencido por seu irmão, abandonou a escola de Medicina para participar de um concurso universitário de Cinema. Venceu o primeiro prêmio e ganhou uma bolsa de estudos de Cinema em Melbourne. Lá realizou dois curtas com Byron Kennedy (seu futuro sócio). Terminou o curso de Medicina, mas continuou a fazer curtas e documentários, bem como escrevendo roteiros. Um documentário sobre a violência no cinema lhe valeu vários prêmios e lhe abriu as portas para a estreia na direção. Ganhou o prêmio especial de júri em Avoriaz por Mad Max em 1979 (revelando Mel Gibson) e mudou-se para Los Angeles, onde trabalhou na continuação. Convidado por Steven Spielberg a dirigir um episódio (o último e melhor) do filme No Limite da Realidade (baseado na famosa série de TV de Rod Serling, Além da Imaginação). Para trabalhar em Hollywood, largou seu trabalho regular na TV australiano na série The Dismissal. Em 1983, seu amigo e sócio Byron Kennedy morreu num desastre de helicóptero, o que abalou Miller mas não o impediu de fazer a terceira parte de Mad Max (onde lançou a cantora Tina Turner como atriz). Continuou a fazer poucos filmes, alternando produções para a televisão. Foi responsável pelos dois filmes de Babe, o Porquinho, embora tenha dirigido apenas o segundo e justamente o mais fraco. Com Happy Feet – O Pinguim fez um desenho animado musical, que na meia hora final dá uma reviravolta e se torna uma ousada denúncia da desumanidade do Homem e seus crimes contra o Meio Ambiente. Foi o melhor filme de animação daquele ano, sem cair na imitação do estilo Pixar, ganhou o Oscar de Melhor Longa de Animação e o Globo de Ouro de Melhor Canção Original (The Song of the Heart, do Prince).

Filmografia: 1972 – Violence in the Cinema, Part I (CM). 1973 – The Devil in Evening Dress. 1979 – Mad Max (Idem. Mel Gibson, Joanne Samuel). 1980 – Chain Reaction (Co-d. e produção Ian Barry. Steve Bisley, Ross Thompson). 1981 – Mad Max II – A Caçada Continua (The Road Warrior. Mel Gibson, Bruce Spence). 1983 – No Limite da Realidade (Twilight Zone – the Movie. Epis. John Lithgow). The Dismissal (Co-d. Phillip Noyce. John Hargreaves, Bill Hunter. minissérie. TV). 1984 – The Last Bastion (Co-d. Chris Thomson. John Wood, Robert Vaughn. minissérie. TV). 1985 – Mad Max Além da Cúpula do Trovão (Mad Max Beyond Thunderdome. Co-d. George Ogilvie. Mel Gibson, Tina Turner). 1987 – As Bruxas de Eastwick (The Witches of Eastwick. Jack Nicholson, Michelle Pfeiffer). 1992 – O Óleo de Lorenzo (Lorenzo’s Oil. Susan Sarandon, Nick Nolte). 1997 – 40.000 Years of Dreaming (Doc.). 1998 – Babe, o Porquinho Atrapalhado na Cidade (Babe: Pig in the City. Mickey Rooney, James Cromwell). 2006 – Happy Feet – O Pingüim (Happy Feet. Co-d. Warren Coleman. Vozes de Nicole Kidman, Hugh Jackman). 2011- Happy Feet 2- O Pinguim ( Happy Feet 2 in 3 D). 2015- Max Max : Estrada da Fúria (Mad Max : Fury Road .Tom Hardy, Nicholas Hoult).

 

Mad Max (3) – Além da Cúpula do Trovão (Mad Max Beyond Thunderdome)

Austrália, 1985. 107 min. Diretores: George Miller e George Ogilvie. Elenco: Mel Gibson, Tina Turner, Angelo Rossitto, Helen Buday, Rod Zuanic, Frank Thring, Bruce Spencer, Adam Cockburn, Frank Thring, Angelo Rossitto, Paul Larsson.

Sinopse: Num futuro desolado e desértico, Mad Max chega à cidade de Bartertown, dirigida por uma mulher, e tem que participar de uma luta mortal numa cúpula. Mais tarde, exilado no deserto, é salvo por uma tribo de crianças selvagens.

Comentários: Parecia ser o final da trilogia em que o diretor Miller, já cansado, pediu ajuda de um assistente vindo do teatro para cuidar dos atores e crianças (o outro George porém não teve maior importância no resultado final). O problema do filme é que sua melhor sequência-clímax é na primeira parte. A fita se estica num outro capítulo menos interessante com as crianças até voltar a ter ação no final. A roqueira Tina, pela primeira vez, faz papel dramático (mas sem coragem de assumir a vilania!). A canção que interpreta We Don´t Need Another Hero, de Terry Britten e Graham Lyle, além de ter feito muito sucesso, foi indicada ao Globo de ouro da categoria. O vestido dela pesava 55 quilos. Há uma tragédia por trás do filme, o produtor Byron Kennedy, morreu num acidente de helicóptero enquanto procurava por locações. O diretor Miller ficou tão aborrecido que se limitou a dirigir as cenas de ação. E o filme é dedicado a Byron.

Originalmente o filme era sobre as crianças que viviam no deserto até alguém sugerir que podia virar um episódio de Max. A tempestade de neve é real e realmente forçou todos a fugirem e procurarem abrigo. A ideia era que este fosse o capitulo final, com Max recuperando sua humanidade e caminhando para o por do sol. Naquela altura, Mel já tinha feito vários filmes para ingleses e norte-americanos como Mrs Soffel, O Rio do Desespero, O Ano em Que Vivemos em Perigo, Rebelião em Alto Mar. Mas só iria estourar exatamente depois com o primeiro Maquina Mortífera. Mel não está no filme desde que se envolveu em escândalos, principalmente por causa do alcoolismo e ataques que fez aos Judeus de Hollywood.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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