RESENHA CRTICA: Boa Sorte

O filme principalmente nos emociona e comove

25/11/2014 15:17 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Boa Sorte

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Boa Sorte

Brasil, 14, Direção de Carolina Jabor. Roteiro de Jorge Furtado. Com Deborah Secco, Fernanda Montenegro, Cássia Kis Magro, Gisele Fróes, Felipe Camargo. João Pedro Zappa. 

É uma pena que fim de ano seja uma época tão conturbada para se ir ao cinema em meio a blockbusters e compras de natal (para não falar na distribuição confusa e setorial de certos filmes, que ate agora não consegui assistir como Irmã Lucia). Também corre o risco de passar em branco (já que não é comédia, muito pelo contrário) este talentoso primeiro longa de ficção da filha de Arnaldo Jabor, Carolina que trabalhou com outro talento no roteiro que é o gaucho Jorge Furtado.

Deborah Secco confirma mais uma vez suas qualidades de atriz e estrela numa interpretação muito segura num personagem ainda mais difícil do que de Bruna, a Surfistinha.  Ela faz Judite, uma jovem viciada em drogas, que tem seus dias contados que passa num espécie de sanatório (onde é sustentada pela avó, participação como sempre muito especial de Fernanda Montenegro). Mas o filme não é sobre drogado (como foi o caso de Tim Maia), mas uma história de amor desesperado, sem saída. Porque no velho casarão (a cenografia é particularmente interessante, aliás as escolhas do filme são todas muito felizes) chega um adolescente João (o novato e eficiente Zappa) que se apaixona perdidamente por ela ainda que isso lhe signifique uma morte prematura. É amor sim, mas desesperado, fatal (e acrescente os adjetivos que desejar). O importante é em vez de nos causar horror (está bem, até horror faz parte dos ingredientes), principalmente nos emociona e comove.  

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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