O Poema do Rinoceronte (Rhino Season/Fasle Kargadan)

É no mínimo uma curiosidade, mas uma obra irregular, bastante confusa e sem o devido impacto

17/06/2015 15:47 Por Rubens Ewald Filho
O Poema do Rinoceronte (Rhino Season/Fasle Kargadan)

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O Poema do Rinoceronte (Rhino Season/Fasle Kargadan)

Turquia, 2012. 88 min. Direção de Bahman Ghobadi. Com Monica Belucci, Behrouz Vossoughi, Yilmaz Erdogan, Caner Cindorouk, Arsah Labaf.

Vencedor de melhor fotografia em San Sebastian, mais fotografia, efeitos visuais e desenho de produção no Asian Film Awards, este filme em co produção entre Turquia, Irã e até Iraque, é no mínimo uma curiosidade. E conta com uma credencial, é apresentado por Martin Scorsese. É dedicado a Sana Jaleh, Farzag Kamangar e todos os prisioneiros políticos que ainda estão presos no Irã.

É baseado na vida do poeta iraniano-curdo Sadegh Kamangar que passou 27 anos na prisão islâmica do Irã, sendo que sua família pensava que ele estivesse morto. Foi mentira do governo. Os poemas são recitados por sua filha. O diretor do filme fez filmes famosos como As Tartarugas Podem Voar, 04, o premiado e tocante Tempo de Cavalos Bêbados,2000, e Antes da Lua Cheia ,06.

Mas fique preparado que a narrativa é esparsa, não linear e não fornece muitos detalhes, sem dúvida para não despertar a ira dos governantes. O que dá para entender é a presença do velho poeta que já sai grisalho e cansado, depois de ter sido separado da mulher (a sempre bela Bellucci, já madura) até por inveja dos empregados (um motorista lhe confessa amor). A paisagem é sempre instigante (mas foi feito na Turquia). Já foi dito que este é um filme de exílio já que o diretor foi obrigado a deixar o Irã em 2009 (o ator central também é exilado). Há momentos oníricos, imagens forçadamente poéticas que nos deixam com a impressão de uma obra irregular, bastante confusa e sem o devido impacto.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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