RESENHA CRTICA: Armas na Mesa (Miss Sloane)

No um filme fcil de compreender, endereado particularmente aos poucos que trabalham com o governo americano e seu sistema de se criar e modificar a lei

08/02/2017 21:34 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Armas na Mesa (Miss Sloane)

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Armas na Mesa (Miss Sloane)

EUA, 16. 252min. Direção de John Madden (Shakespeare Apaixonado, Hotel Marigold). Roteiro de Jonathan Perera (o escritor vivia na Ásia e este é seu primeiro script). Com Jessica Chastain, Mark Strong, Gugu Mbatha-Raw, John Lithgow, Mark Sthulbarg, Mark Strong, Alison Pil, Jake Lacy, Sam Waterston, Dylan Baker.

Um modesto orçamento de 13 milhões não foi suficiente para promover Jessica Chastain que os produtores achavam que com este filme teria alguma indicação ao Oscar e a devida repercussão (foi apenas indicada para Globo de Ouro). Mas a verdade é que ouvir falar e acompanhar o trabalho ingrato de uma lobista trabalhando em DC (ou seja, no coração do governo americano) não parece o sonho atual de nos que já temos que lidar com as loucuras do próprio presidente Trump. Não é um filme fácil de compreender, endereçado particularmente aos poucos que trabalham com o governo americano e seu sistema de se criar e modificar a lei. Francamente é um esforço de interpretação de Jessica, que só ao poucos vai crescendo de forma que até eu admiti que a moça merecia uma indicação (e que outras menos preparadas tiveram mais elogios e badalação. A moça tem alguns momentos memoráveis). Mas não sei se posso dizer o mesmo do personagem/ protagonista e de todo o complicado “game”. Já que no Brasil, o jogo (no fundo uma corrupção) é muito mais claro, aberto e descarado. Nada a ver com o jogo elaborado e intelectualizado mostrado no filme, aliás essa é justamente a razão mais importante para ver um filme como este, que no fundo é bem moralista e revelador. Tomara que haja alguém interessado no tema, já que o filme já fracassou e terá vida breve em qualquer outra mídia. Inclusive televisão.

Sem dúvida o personagem é muito interessante porque é uma solitária poderosa, brilhante, sem amigos, sem amores (ela mantém amantes, melhor dizendo transas com rapazes fortes e bem pagos). Não aparece alguém da família, porque já se sabe que para chegar tão longe, subir tanto não da para ter famílias. Jogar é o game da vida dela. E é ao mesmo tempo fascinante e assustador. Estava esquecendo dizer que a maior parte do filme é sobre o “gun control”, a venda, comércio e liberdade de uso de armas nos Estados Unidos, que é um problema que aparenta ser insolúvel (e novamente não dá para fazer paralelo com nossa situação). O filme joga com todos esses elementos e ainda se da ao luxo de ter um final inesperado e eficiente (ainda que diluído por outro final mais modesto).

Sem querer estender mais, este nada comercial filme interessa advogados e políticos, aqueles que não querem uma diversão ligeira e passageira.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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