Um Instante de Amor
Gabrielle (Marion Cottilard) eh uma mulher de espirito livre, com fortes impulsos sexuais. A mae, temendo desvios mentais da filha, a forca a se casar com um simples construtor de casas, o viuvo Jose (Alex Brendem?hl). Gabrielle nao ama aquele homem, e os dois vivem uma serie de desavencas conjugais. Certo dia ela aborta e eh diagnosticada com problemas renais, sendo necess?rio um tratamento em uma clinica isolada na montanha. Ela vai sozinha para la, onde se apaixona por um tenente gravemente doente, Andre (Louis Garrel).
Um instante de amor (Mal de pierres). França/Bélgica/Canadá, 2016, 120 minutos. Drama. Colorido. Dirigido por Nicole Garcia. Distribuição: Mares Filmes
Uma esplêndida fotografia de uma França deixada no tempo e um trabalho visceral da sempre competente Marion Cottilard ajudam e muito no andamento desse drama poderoso e sem concessões, sobre uma mulher tentando lidar com seus ímpetos sexuais enquanto vive um casamento arranjado e depois divide-se ao se apaixonar perdidamente por um homem doente, mas casado, que seria o amor de sua vida. É uma história trágica sobre paixão, perdas e reencontros transcorrida em dois tempos, o passado e o presente, com uma forte ligação entre os três personagens (a mulher, o marido e o amante) – Marion tem uma beleza incrível, uma atriz marcante, ganhou o Oscar por “Piaf – Um hino ao amor” (2007) e é sempre bom vê-la bem dirigida numa fita de arte como esta; gosto especialmente dela em “Dois dias, uma noite” (2014, pela qual foi indicada ao Oscar) e no impactante “Ferrugem e osso” (2012); compartilha com ela as cenas Louis Garrel, de “Os sonhadores” (2003), e o espanhol Alex Brendemühl, de “O médico alemão” (2013), em seus melhores papéis no cinema. A atuação primorosa do trio dá-se graças à mão perfeccionista da diretora francesa (e atriz) Nicole Garcia, que dirigiu “O adversário” (2002) e “Um belo domingo” (2013), que costuma lançar em seus filmes um tom incisivo, sem cair em convenções. Nicole também colaborou no roteiro, uma adaptação do romance homônimo da italiana Milena Agus.
Recebeu indicação à Palma de Ouro no Festival de Cannes, além de concorrer a oito prêmios no César, o “Oscar Francês”, como melhor atriz, filme, diretor e roteiro. Assista a esse drama romântico fotogênico e expressivo. Em DVD pela Mares Filmes.
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com