RESENHA: Amante a Domicilio (Fading Gigolo)

Rubens Ewald Filho acha que é surpreendente que esteja sendo sucesso de público esta nova comédia onde Woody Allen faz um de seus raros papéis apenas como ator

30/04/2014 11:00 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA: Amante a Domicilio (Fading Gigolo)

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Amante a Domicilio (Fading Gigolo)

EUA, 14. Direção e Roteiro: John Turturro. Com Woody Allen, John Turturro, Sharon Stone, Sofia Vergara, Liev Schreiber, Vanessa Paradis.

É surpreendente que esteja sendo sucesso de público e até de crítica esta nova comédia onde Woody Allen faz um de seus raros papéis apenas como ator. Ele mesmo é o primeiro a dizer que não é nada versátil como ator e que é limitado pelo tipo e idade (está já perto dos 80 anos) e também pela vontade. Neste momento ele tem um show musical na Broadway adaptando Tiros sobre a Broadway , um novo filme para lançar (Magic in the Moonlight, julho de 14, com Emma Stone, Colin Firth). E ainda um novo projeto como ator (Barcelona, A Rosa de Foc, de Manuel Huerga, onde outros atores como Daniel Bruhl aparecem apenas como voz!).

E isto enquanto a ex-mulher e musa Mia Farrow, e também o filho bastardo de Sinatra, não lhe dão sossego continuando a insistir num assunto já resolvido em tribunais. De qualquer forma, mesmo nos fãs admitimos que hoje em dia muita gente ainda prefere as comédias do principio de carreira, que eram muito mais engraçadas. Felizmente desta vez ele foi chamado por um velho amigo o ator e diretor John Turturro que escreveu para ele uma comédia doce e diferente, bastante original.  

E que tem como novidade, o fato de ser fotografado por um diretor de fotografia italiano (por Turturro é de origem italiana e gosta muito de manter os laços com eles) que é ninguém menos do que filho do diretor celebre Gillo Pontecorvo de  Kapo, Batalha de Argel, Queimada. Curiosamente eu me lembro dele bem moleque, baixinho, sendo vítima das broncas do pai que durante algum tempo foi diretor também do Festival de Veneza. Ao menos as broncas devem ter valido, porque o resultado é muito bonito.

E o elenco também foi escolhido a dedo. Temos uma inesperada Sharon Stone (que há pouco estava em São Paulo), a ex mulher de Johnny Depp, a cantora francesa Vanessa Paradis se fazendo de tímida, Liev Schreiber, a colombiana Sofia Vergara, a prima do diretor Aida Turturro (de chofer de táxi), o filho do diretor, Diego de 13 anos. E naturalmente a trilha musical é como Allen gosta composto de canções standards de Jazz por Gene Ammons.  

Na história, Woody  faz um amigo de Turturro que lhe faz uma proposta surpreendente: servir de gigolô para a dermatologista de Allen (que é a Sharon), que esta ansiosa para fazer experiências sexuais. Turturro  é um florista do Brooklyn  que está em crise financeira e assim começa uma segunda carreira. Até quando uma cliente é osso duro de roer, uma jovem viúva  hassídica (Vanessa Paradis).Um detalhe: o filme tem alguma nudez mas não chega a ser uma pornô chanchada como aparenta.  É uma fabula que traz sorrisos aos lábios.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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