RESENHA CRTICA: Um Milho de Maneiras de Pegar na Pistola (A Million Ways to Die in the West)
Um humor velho, que podia interessar na poca do Mel Brooks
Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola (A Million Ways to Die in the West)
EUA, 14. 116 min. Direção de Seth McFarlane. Roteiro de Seth, Alec Sulkin, Weslleley Wild. Com Seth McFarlane, Charlize Theron, Liam Nesson, Giovanni Ribisi, Amanda Seyfried, Neil Patrick Harris, Sarah Silverman, West Studi, Matt Clark.
Hoje em dia com tão poucas locadoras e acesso restrito a filmes em Now ou equivalente, a tendência é escolher os lançamentos mais famosos, deixando de lado os poucos badalados (ao contrario do tempo do DVD que sempre se prestava a descobrir novidades, e ainda mais perturbado porque o Blu-ray não pegou mesmo Brasil). Como este que nem passou em nossos cinemas, embora com toda justificativa porque foi o estrondoso fracasso de bilheteria e crítica. Inesperado também porque o projeto é todo pessoal daquele gordinho metido a cantor, que é famoso criador de séries de TV de animação, no caso Family Guy, American Dad!, The Cleveland Show (onde também escreve, dirige, dubla etc.). Teve também um grande sucesso com o roteiro e a voz dublado do ursinho Ted, 2012, com Mark Wahlberg (a continuação esta prevista para 2015).
Nada fazia imaginar, porém, o equivoco que é este faroeste/comédia, a partir inclusive deste titulo em português que pretende ter um duplo sentido malicioso. Além de ser obviamente um humor velho, que podia interessar na época do Mel Brooks e Banzé no Oeste (Deus nos perdoe qualquer comparação). Mas é difícil encontrar uma comédia americana tão equivocada quanto esta, onde o herói é um fazendeiro covarde que vai se apaixonando por uma bela mulher recém-chegada a cidade (Charllize é sempre um refresco nos olhos) que parece pertencer a um perigosíssimo pistoleiro, Clinch (Neeson). Embora tenha sua dose de piadas de sexo, ate bobinhas, o forte é seu humor negro, com gente levanto tiro a torto e a direito. E naturalmente outras sobre excrementos etc. e tal. Me poupem. Nada inclusive contra o gênero, aliás tudo se perdoa quando sabe provocar um bom riso! Não é o caso desta que fica entre as piores comédias de um ano por sinal muito ruim. Custou 40 milhões de dólares e rendeu 42.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.