RESENHA CR�TICA: D�cimo Terceiro Distrito (Brick Mansions)
A �nica atra��o deste filme � o triste fato de ser o �ltimo filme que Paul Walker completou


Décimo Terceiro Distrito (Brick Mansions)
EUA, 14. 90 min. Direção de Camille Delamarre. Com Paul Walker, David Belle, RZA, Catalina Denis, Carlo Rota, Robert Mallet, Bruce Ramsay, Mizinga Mwinga. California.
Não há mais público nas salas de cinema para este tipo de diversão popularesca (ainda mais com ênfase no elenco Black e no astro francês desconhecido aqui). É estrito Filme B para locadoras (as que sobraram em geral dão mais atenção aos filmes de arte que deste tipo), pirataria e vídeo on demand. Na verdade, sua única atração é o triste fato de ser o último filme que Paul Walker completou, já que como todo mundo sabe morreu num lamentável acidente de carro nos intervalos de filmagem de Velozes e Furiosos 7. É uma produção europeia do especialista Luc Besson, que é refilmagem de District B13/ Banlieue 13 (2004) de Pierre Morel, aqui chamado de B13 – 13º Distrito, com o mesmo ator David Belle no mesmo papel que aqui. Como ele é Francês e como não fala fluente em inglês, seus diálogos foram dublados por Vin Diesel. Paul só aparece em cena depois dos primeiros 12 minutos de filme, numa cena até curiosa numa lavanderia. O diretor, apesar do nome Camille Delamarre, é homem e fez Busca Implacável 2 e Carga Explosiva 3!
Passado num futuro próximo (2018) na cidade de Detroit (hoje a mais abalada pela crise econômica e no filme sobre lei marcial) quando a situação ficou ainda mais grave e o crime mais frequente. O prefeito local entra numa negociata para destruir um bairro que leva o título do filme no original, mansões de tijolo, o que irá provocar muita confusão. Não se pode esperar obviamente grandes diálogos e personagens, mas muita perseguição de carros, explosões, tiroteios (e o tal de Belle é especialista em pular telhados e muros, o chamado pelos francês de parkour, que não deixa de ser raro em filme americano e até mesmo interessante ). Mesmo o lugar do titulo é meio vago e inconsistente, o que não impede a dose de ação necessária para o gênero.
Quem está impedindo o plano de reforma é um certo Tremaine (RZA), chefe de quadrilha de narcóticos. Paul é Damien, um agente que está escondendo sua identidade porque quer vingar a morte do pai nas mãos de Tremaine. Belle é outro parceiro cuja namorada Lola, Catalina, foi capturada como refém (o que leva a luta entre mulheres, com pitadas de lesbianismo).
Dizem os especialistas que o estilo do diretor deve muito ao game Grand Theft Auto. Enquanto Walker que era uma pessoa muito querida no ambiente de cinema, faz tudo com profissionalismo, mais até do que o filme merece. Se conformando em ficar discreto num segundo plano entre vilões exagerados e explosões nem sempre convincentes.


Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho � jornalista formado pela Universidade Cat�lica de Santos (UniSantos), al�m de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados cr�ticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores ve�culos comunica��o do pa�s, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de S�o Paulo, al�m de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a d�cada de 1980). Seus guias impressos anuais s�o tidos como a melhor refer�ncia em l�ngua portuguesa sobre a s�tima arte. Rubens j� assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e � sempre requisitado para falar dos indicados na �poca da premia��o do Oscar. Ele conta ser um dos maiores f�s da atriz Debbie Reynolds, tendo uma cole��o particular dos filmes em que ela participou. Fez participa��es em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para miniss�ries, incluindo as duas adapta��es de “�ramos Seis” de Maria Jos� Dupr�. Ainda crian�a, come�ou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, al�m do t�tulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informa��es. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicion�rio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o �nico de seu g�nero no Brasil.

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