Capital Humano (Il Capitale Umano de Paolo Virzi)

O cinema italiano já foi mais longe do que aqui

15/10/2015 15:58 Por Rubens Ewald Filho
Capital Humano (Il Capitale Umano de Paolo Virzi)

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Capital Humano (Il Capitale Umano de Paolo Virzi)

Itália/França, 13. 111 min. Com Valeria Bruni Tedeschi, Fabrizio Bentivoglio, Matilde Gioli, Fabrizio Gifuni, Giorgi Alberti, Valeria Golino, Luigi Lo Cascio.

Infelizmente ainda não é muito conhecido no Brasil o diretor Paolo Virzi que é um afilhados de Cannes (mesmo sem ser premiado, basicamente levou muitos David de Donatello italiano inclusive este filme que foi escolhido como melhor filme e roteiro, atriz Valeria, montagem, som, coadjuvante (Golino e Fabrizio Gifuni). Foi indicado ano passado para o Oscar de filme estrangeiro sem ficar entre os finalistas. A confiar no IMDB na verdade este é o primeiro filme do diretor a passar comercialmente por aqui (depois ele já fez La Pazza Gioia, 15).

Baseado em livro de Stephen Amidon, de 2014, não é uma comédia como outros trabalhos de Virzi, mas um drama de crítica social, transposto de um subúrbio de Connecticut para um lugar igualmente rico e pretensioso de Milão. Curiosamente o diretor utiliza aqui dois diretores de fotografia diferentes, um para as cenas de verão, outra de inverno (respectivamente Simon Beaufils e Jerome Almeras). Há um diálogo no livro que explica o titulo “existem computadores que tem como calcular o potencial de cada pessoa. Seu capital humano, assim que o chamam. Você alimenta a máquina com informações (Data) e eles te mostram qual é o “tamanho de um homem” (nos letreiros finais há outra explicação ainda mais clara).

O inicio do filme já serve de alerta para todos os ingênuos que estão levando a sério a loucura do atual prefeito de São Paulo querendo convencer que devemos todos andar de bicicleta. O filme começa num banquete (o prêmio Cottafavi que deve ser uma homenagem ao diretor de fitas de ação Vittorio Cottafavi) onde um dos empregados que fazem a arrumação sai um pouco mais cedo e pega sua bicicleta para voltar para casa, na paisagem gelada. Os letreiros aparecem em cima do ciclista que não demora muito é colocado para fora de uma pista e cai fora da estrada coberta de neve. Assim começa o mistério policial.

Voltamos para seis meses antes, quando numa mansão com piscina e quadra de tênis, um homem que trabalha com imóveis (Fabrizio) tenta frequentar os super ricos, já que tem uma filha bonita que namora o filho do dono da casa e sua mulher é médica (Valeria Golino, já senhora). Vamos conhecer também a dona da casa diletante (Bruni Tedeschi) e o marido pretensioso. Mas o culpado pelo acidente só vamos começar a descobrir depois de uma hora de projeção. Ainda assim o filme não consegue ser nem thriller policial, a critica social é muito fraca porque não vai atingir profundamente uma gama de pessoas ainda tão influentes, no fundo vira apenas um casinho policial de interesse relativo. O cinema italiano já foi mais longe do que aqui, que está longe de ser um filme merecedor de tantos prêmios.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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