There Was a Little Girl

Existem filmes que se tornaram lendas por serem conhecidos e muito pouco vistos

03/09/2017 23:47 Por Marcelo Carrard
There Was a Little Girl

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Madhouse aka There Was a Little Girl

Direção: Ovídio G Assonitis. Itália, EUA, 1981

Existem filmes que se tornaram lendas por serem conhecidos e muito pouco vistos. Uma grande contradição, sim. São daquelas produções que viraram lendas, ou por estarem em listas polêmicas como a dos Video Nasties britânicos, ou por seu Diretor e Produtor  que possui toda uma aura Cult e obscura. Um desses filmes é: Madhouse aka There Was a Little Girl de 1981. O filme é escrito, dirigido e produzido por Ovídio G Assonitis, que usou o pseudônimo: Oliver Hellman. Sua filmografia inclui produções como: Tentáculos aka Tentacoli, 1977, Mundo Canibal aka Man From Deep River, Il Paese del Sesso Selvaggio, 1972, dirigido por Umberto Lenzi, Herdeiros da Morte aka The Visitor, 1979, Piranha 2-Assassinas Voadoras aka Piranha Part Two-The Spawning, 1981, dirigido por James Cameron, sim, ele mesmo e que teve sequências dirigidas por Ovídio, não creditadas.

Madhouse tem uma abertura perturbadora. A tela está praticamente escura, começamos a ouvir a trilha sonora inspirada do Mestre: Riz Ortolani. Uma imagem começa a surgir ao fundo. Aos poucos percebemos que são duas meninas: uma sentada em uma cadeira de balanço com o rosto paralisado e recebe golpes da outra menina que a desfiguram de maneira brutal. Com essa abertura Ovídio nos coloca no meio de duas irmãs e uma trama macabra de vingança. Julia Sullivan é uma linda e dedicada professora de crianças com deficiência auditiva, cuja irmã gêmea, Mary, sofre de sérios problemas mentais e vive internada no sanatório local. Faltam poucos dias para o aniversário delas...

Em meio ao embate dessas duas mulheres mergulhamos fundo na atmosfera sombria e demente desse filme com narrativa mais lenta, mais adulta. A presença do demoníaco cão da raça Rottweiller pode chocar mas consegue acentuar ainda mais o horror e o suspense que percorrem todo o filme até seu final. O clima de demência absoluta passa a tomar conta de tudo como se a protagonista tivesse como única opção o seu abismo. Em termos estéticos e narrativos, Madhouse consegue mesclar de maneira muito satisfatória a estrutura do Slasher, que estava no auge nos EUA do início dos anos 80 e do Giallo clássico italiano, com sua elaboração estética característica, sublinhada por uma bela e atmosférica trilha sonora. Não decepciona àqueles que esperaram muitos anos para ver esse filme em uma versão restaurada e sem cortes. Edições uncut em Blu Ray começam a aparecer agora, mostrando a importância e as qualidades artísticas desse filme escrito, dirigido e produzido por: Ovídio G Assonitis.

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Sobre o Colunista:

Marcelo Carrard

Marcelo Carrard

Jornalista graduado pela PUC RS com Mestrado em Comunicação e Semiótica pela PUC SP. Pesquisador e Crítico de Cinema atualmente é Apresentador e Redator do Canal: Cinema Ferox do YouTube onde analisa Cinema de Gênero e Independente, Cultura Geek com espaço para abordagens da Diversidade e do Queer Cinema. Pesquisou o Gênero Feminino nos filmes de Dario Argento e Mario Bava no Inst de Artes da Unicamp e é especialista em Cinema Italiano de Gênero, além de colecionador e palestrante.

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