Um Inverno para Lembrar
Lucia (Cecilia Valenzuela Gioia), uma garota argentina de 21 anos, sofre de ataques de panico, possivelmente relacionados a traumas de infancia
Um Inverno para Lembrar (El color de un invierno). Argentina, 2016, 63 minutos. Drama/Romance. Colorido. Dirigido por Cecilia Valenzuela Gioia. Distribuição: Focus Filmes
Lucia (Cecilia Valenzuela Gioia), uma garota argentina de 21 anos, sofre de ataques de pânico, possivelmente relacionados a traumas de infância. No inverno, retorna para sua cidade natal, Salta, e lá fica próxima de Olivia, uma adolescente, com quem inicia um relacionamento amoroso. Uma será o suporte da outra para superar problemas de família e a reconhecer questões de sexualidade.
Fita independente de estreia da cineasta argentina Cecilia Valenzuela Gioia, num projeto delicado, simples e bem autoral, onde dirige, produz, escreve e protagoniza uma história de amor vivida por ela anos atrás. Fala de duas garotas que se apaixonam durante a estada de uma delas numa cidade pequena no Noroeste da Argentina, Salta (o filme foi rodado lá, uma província montanhosa, localizada a 1200 metros de altitude). Nesse inverno inesquecível, compartilham dias de paixão e ao mesmo tempo têm de lidar com problemas pessoais envolvendo família, aceitação, traumas de infância. As cenas sutis de momentos românticos se contrapõem com a trilha sonora de balada (há cenas bem fotografadas dentro de boates), a historia passageira é sincera, e o correto trabalho da atriz/diretora define a pessoalidade da produção (que vale destacar, custou U$ 2 mil dólares, ou seja, um valor irrisório para se produzir um filme). E chama a atenção também pela duração curta, de apenas 63 minutos (passa bem rápido, até sentimos falta de mais desdobramentos da vida da personagem).
Exibido nos cinemas argentinos no final de 2016, ganhou prêmio do Júri no Festival de Cinema Independente de Roma (RIFF) em 2017, e somente dois anos depois saiu em DVD no Brasil (em 2019), pela Focus Filmes (do grupo A2 Filmes). Uma produção bonitinha de temática gay que vale uma espiada.
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com