Lya em Romance Menor
Sem duvida, O tigre na sombra revela o dominio de Lya da linguagem e dos processos dramaticos do romance
Distante de seus melhores anos, de O quarto fechado (1984) e A sentinela (1994), a romancista gaúcha Lya Luft reitera as obsessões psicológicas de suas personagens, sempre construídas com um caprichado processo de interioridade lapidado ao longo dos anos, em O tigre na sombra (2012). Narrado em primeira pessoa por uma criatura feminina que exacerba seus vários conflitos familiares, o romance é um corolário de lugares-comuns narrativos que não fazem jus ao lado mais intenso de Lya como escritora.
Sem dúvida, O tigre na sombra revela o domínio de Lya da linguagem e dos processos dramáticos do romance. A estrutura romanesca nunca desanda, claro: o leitor de Lya (e pretendo estar sempre na primeira fila) não vai nunca cansar de nenhum de seus passos. Mas o que passa a incomodar, talvez, agora, são certos aspectos tediosos de seu verbo e das limitações que ela impõe a seu universo.
(Eron Duarte Fagundes – eron@dvdmagazine.com.br)
Sobre o Colunista:
Eron Duarte Fagundes
Eron Duarte Fagundes é natural de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, onde nasceu em 1955; mora em Porto Alegre; curte muito cinema e literatura, entre outras artes; escreveu o livro ?Uma vida nos cinemas?, publicado pela editora Movimento em 1999, e desde a década de 80 tem seus textos publicados em diversos jornais e outras publicações de cinema em Porto Alegre. E-mail: eron@dvdmagazine.com.br