RESENHA CRTICA: O Super Pai

Comdia peca em erros bsicos, repleto de sucessivos equvocos

09/03/2015 16:24 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: O Super Pai

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O Super Pai

Brasil, 15.Direção de Pedro Amorim. Com Danton Mello, Danilo Gentilli, Rafinha Bastos, Dani Calabresa, Thogun Teixeira, Antonio Tabet, Paulinho Serra, Monica Iozzi.

Pedro Amorim é um montador e roteirista de Brasília, que foi dos pioneiros em dirigir séries para a TV por assinatura (Mothern, Quase Anônimos) e estreou no longa com uma comédia romântica simpática chamada Mato sem Cachorro (13) que padecia de um melhor roteiro. Que infelizmente é novamente o mesmo problema daqui. Na verdade, é bem pior. O erro básico eles poderiam ter descoberto assistindo com cuidado qualquer filme mesmo americano. O de que o personagem central, protagonista tem que ser simpático ao público. Pode ser um canalha, mas que seja simpático, humano, de bom coração (como aliás sucedem com as lendárias prostitutas de coração de ouro, não importante sua vida privada, elas no coração são santas!). O cinema italiano era dos poucos que ousava brincar com esse tipo de herói em filmes  como os de Alberto Sordi ou Vittorio Gassman. Podiam ser canalhas, mas no fundo queriam acertar,  e sempre se arrependiam dos erros ao menos na metade do filme.

Acho que há muito tempo eu não vejo no cinema um personagem tão desprezível e cafajeste do que o Diogo de Danton Mello (embora ainda lute em ser demasiado parecido em voz e tipo ao irmão Selton). Não adianta o ator ser esforçado porque é impossível se aceitar um tipo tão sem caráter, que não apenas trai a santa esposa a qualquer desculpa, mas chega a fazer o indesculpável que é tratar uma criança, seu único filho gordinho mal. Mas que isso o esquece na escola, depois vai repetindo a trajetória a ponto de se enganar e pegar a criança errada, sendo que é um coreano que é bem melhor tratado do que o filho apesar de trabalhar escravo. Nessa altura o queixo já tinha caído e não conseguia mais perdoar os sucessivos equívocos, jorrando piadas de pornô chanchada americana, vendo o coitado do meu amigo Thogun, num personagem adverso, não acreditei quando fazem ele revelar que é gay, para não tocar mais no assunto e logo depois a Julia (Dani Calabresa num personagem impossível) dispensar a situação, não liga não que ele não gosta disso (de sexo com mulher!)! Quando não se pode tratar com respeito as vezes é melhor simplesmente escapar do assunto.

É muito difícil fazer comédia e francamente devia se chamar o Pai Pusilânime, porque o que menos se precisa é de maus exemplos. E riso, mas riso inteligente, esperto, bem sacado, positivo, rir dos preconceitos, dos violentos, dos ladrões, das policiais.

Não sabia que o roteiro era americano e que não foi filmado por lá por “ser apelativo” ou coisa que o valha, informa a amiga. Não acredito, o que era ruim para norte-americano não melhora para nós, até fica pior. Mais errado, mal consigo acreditar que tenha tido até uma bilheteria razoável. Merecia menos.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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