Dossie Bond 19: 007 O Mundo Nao Eh o Bastante
O 19o. filme da franquia Bond trouxe Pierce Brosnan ainda melhor no papel do super espiao
O 19º filme da franquia Bond trouxe Pierce Brosnan ainda melhor no papel do super espião, ainda que o roteiro, de Neal Purvis, Robert Wade & Bruce Fernstein não seja o melhor da série. Na verdade, tornou-se o único filme de 007 a ter uma atriz recebendo o Framboesa de pior coadjuvante, no caso Denise Richards, no papel pouco convincente da cientista Dra Christmas Jones. Contudo, a bilheteria do filme foi de mais de $300 milhões mundiais, o dobro de seu custo, e considerada a maior receita de um filme da franquia até então.
O título foi retirado da frase em latin “Orbis Non Sufficit” que consta no livro “On Her Majesty Secret Service”, e também foi usada como epitáfio para Alexandre o grande. A história original coloca Bond como protetor da herdeira do petróleo Elektra King (Sophie Marceau), depois que seu pai é assassinado dentro do MI6 em ataque terrorista internacional Renard (Robert Carlyle), que no passado sequestrara Elektra. Juntando-se ao rol dos tipos bizarros que Bond enfrenta, Renard tem uma bala alojada em sua cabeça que o priva de sentir dor e que o matará dentro de alguns dias. Seu plano é explodir os oleodutos russos deixando a família King como a única a poder explorar o petróleo, desestabilizando assim a economia mundial. Bond precisará sobreviver a tiros, explosões e traições inesperadas para cumprir sua missão.
A direção do filme coube a Michael Apted (1941-2021), recentemente falecido, depois dos nomes de Joe Dante e Peter Jackson serem cogitados para a função. As filmagens foram feitas em locações em Londres, Turquia, Azerbaijão e Espanha com o trabalho de estúdio feito no Pinewood Studios, que não era usado nos filmes de Bond desde “007 Marcado Para a Morte” de 1987. As cenas do QG secreto do MI6 foram gravadas na Escocia no castelo Eilean Donan, o mesmo usado nas filmagens de “Highlander – O Guerreiro Imortal” (1986). Em uma das cenas, uma foto de Bernard Lee (1908-1981), o primeiro intérprete de M, o chefe de Bond. Triste fato foi a morte do ator Desmond Llewellyn, que há décadas interpretava Q, o especialista nas bugigangas eletrônicas usadas nas missões do MI6¨. O ator, que na época tinha 85 anos morreu em acidente automobilístico, mas em suas cenas gravadas ele deixa apresentado seu sucessor, interpretado por John Cleese, e apontado como “R”.
O filme tem seus bons momentos, principalmente quando Bond precisa matar uma importante personagem, muito a contragosto mas com a firmeza e a convicção de um verdadeiro super espião, algo que seria inconcebível na era Moore. Já o excelente Robert Carlyle atua bem no papel de Renard contracenando com Pierce Brosnan e Sophie Marceau. Pode não ser o melhor filme de Bond, nem mesmo o melhor dos 4 filmes estrelados por Pierce Brosnan, mas consegue divertir.
BOND RETORNA SEMANA QUE VEM AO DVDMAGAZINE COM “007 UM NOVO DIA PARA MORRER”
Sobre o Colunista:
Adilson de Carvalho Santos
Adilson de Carvalho Santos e' professor de Portugues, Literatura e Ingles formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pela UNIGRANRIO. Foi assistente e colaborador do maravilhoso critico Rubens Ewald Filho durante 8 anos. Tambem foi um dos autores da revista "Conhecimento Pratico Literatura" da Editora Escala de 2013 a 2017 assinando materias sobre adaptacoes de livros para o cinema e biografias de autores. Colaborou com o jornal "A Tribuna ES". E mail de contato: adilsoncinema@hotmail.com