Linda de Morrer

Sem ser especialmente divertido, serve mesmo porque muitos piores virao...

21/08/2015 12:25 Por Rubens Ewald Filho
Linda de Morrer

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Linda de Morrer

Brasil, 2015. Direção de Chris D´Amato. Com Gloria Pires, Angelo Paes Leme, Antonia Moraes, Susana Vieira, Antonio Dantas, Viviane Pasmanter, Pablo Sanábio, Priscila Marinho, Stella Miranda.

Considerando o padrão irregular das atuais comédias nacionais (e assistindo o trailer das próximas atrações, todas assustadoras) está aqui acaba sendo das mais aceitáveis, inclusive pela presença sempre classuda e impecável de Glória Pires. E o trabalho profissional da diretora Chris D´Amato, cria de Daniel Filho. Além de fugir das tramas habituais, acaba se inspirando nos inúmeros filmes americanos de fantasmas que procuram corrigir injustiças (o mais próximo seria Ghost, mas o tom é outro, aqui tudo começa sério apresentando a situação e os personagens e só começa a ser mais divertido depois de meia hora). Sua origem é mais distante, mas duvido muito que nos tempos atuais alguém saiba quem foi Topper (em que Cary Grant e Constance Benett era casal de fantasmas que ate ajudava a solucionar crimes).

Gloria é ao que parece cirurgião plástica (li isso em algum lugar, no filme não fica muito claro) que está para lançar nova pílula que será capaz de acabar com a celulite. Ao voltar de Los Angeles e organizar uma festa para apresentar sua novidade, tem uma crise e cai da escada (não fica também claro se morreu disso ou dos efeitos colaterais, que fora os olhos vermelhos também não sabemos quais sejam...). Embora seja encerrado por dois discursos positivos e espíritas, tenta nos fazer crer que a heroína fosse lançar o produto sem fazer testes de possíveis consequências colaterais. O que não tem lógica (embora uma critica a irresponsabilidade da indústria farmacêutica seria bem vinda!). Também não são convincentes as cenas do psicólogo que trata muito mal seus pacientes.

Gloria morre descalça mas sente falta dos sapatos, o que tampouco consegui decifrar a importância. Mas o filme tem algumas qualidades além de sua estrela de um único vestido vermelho, entre eles o ótimo e subestimado ator Angelo Paes Leme (embora não havia necessidade alguma de transformar os vilões em gays na ultima hora!) e a presença ate hoje rara no cinema de Susana Vieira, que tem o papel chave de uma mãe de santo que é avó de um psicólogo (Antonio Dantas) que é descrente mas se apaixona a primeira vista pela filha de Gloria. Eu gosto também de Viviane Pasmanter que ajuda a tornar o elenco de apoio com mais altos que baixos (outra que brilha mas não sei o nome é a empregada gordinha e crente). Linda de Morrer não é especialmente engraçado (o público da minha sessão mais riu no episódio da apresentadora do programa de TV que tinha que fazer rabada com o jovem cantor sertanejo) e no filme essa não é a função de Glorinha. Enfim, serve mesmo porque muitos piores virão...

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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