Nosferatu, o Vampiro da Noite (Nosferatu: Phantom der Nacht)
Filme cult é exibido novamente nos cinemas da rede Belas Artes
Nosferatu, o Vampiro da Noite (Nosferatu: Phantom der Nacht)
Alemanha/ França, 1979. 107 min. Diretor: Werner Herzog. Elenco: Klaus Kinski, Bruno Ganz, Isabelle Adjani, Roland Topor, Walter Landergast, Dan van Husen, Jan Groth.
Sinopse: Nosferatu ou Drácula, chega à cidade num navio abandonado, depois de ter recebido a visita de Jonathan Hacker em seu castelo, e espalha a peste e a morte.
Comentários: O diretor alemão Herzog quis fazer como homenagem uma refilmagem literal e fiel do clássico do cinema mudo alemão de Murnau de 1922 (que não pôde usar o nome Drácula, mudando-o para Nosferatu). Somente os que viram o original serão capazes de curtir integralmente esta versão, altamente estilizada e que tem muitos admiradores. Talvez tenha perdido um pouco do impacto diante de tantas refilmagens, mas ainda é um dos mais fiéis ao livro de Bram Stoker, restaurando quase todos os nomes e fornecendo um papel estrelar para o ator preferido do diretor, Klaus Kinski (1926-91) com quem mantinha uma relação de amor e ódio (e é até difícil julgar o virtuosismo da atuação, visto que ele era tão estranho quanto o vampiro na vida real!).
É um filme até despojado, filmado em locações em vários lugares da Europa, com muito clima (as arrepiantes múmias que aparecem nos créditos iniciais foram filmadas em um vilarejo do México). Há uns anacronismos (pontes e estruturas que parecem modernas) que não chegam a atrapalhar. Também tem excelente trilha musical do grupo alemão Popol Vuh, que é lembrado hoje quase que somente por seu trabalho com o diretor. Ganhou Urso de Prata no Festival de Berlim. A bela Isabelle, então no auge da carreira, faz um papel pequeno e não especialmente memorável, mas com visual perfeito.
É no mínimo um filme bastante curioso, mas os fãs de terror e do personagem devem apreciar muito. Existe também uma versão com o mesmo elenco e os diálogos em inglês, que foi filmada simultaneamente.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.