RESENHA CRTICA: O Garoto Fantasma (The Phantom Boy)
Indicado apenas os que admiram animao ou desenho moda antiga
O Garoto Fantasma (The Phantom Boy)
França,15. Direção de Jean-Loup Felicioli, Alain Gagnol. Roteiro de Gagnol. Vozes na França de Edouard Baer, Jean Pierre Marielle, Audrey Tautou.
Continua a moda de distribuírem por aqui animações européias ainda que não sejam exatamente para crianças. Esta é uma trama policial passada curiosamente em Nova York e feita pela equipe de Um Gato em Paris, visto por aqui, só que menos sofisticado. Na verdade, os bem mais velhos poderão curtir esta narrativa que lembra gibis antigos e tem certo charme antiquado. Ao menos é original e curioso, acaba sendo uma aventura corriqueira - ainda que com certa magia - sobre um policial de Nova York que fica paralítico ao cair na armadilha de um perigoso bandido. Mas não é sobre ladrões e roubos mas um garoto infeliz, que vive com a família e uma irmãzinha, mas tem problemas de saúde difíceis porque tem também uma habilidade rara de virar uma espécie de fantasma que sai voando e entra e sai de seu corpo (e fazendo o mesmo com o de um policial). O termo Fantasma é positivo. Como também é curioso observar como disse um espectador Nova York virar um subúrbio de Paris.
Mas continuo duvidando de suas possibilidades comerciais. O design é muito estilizado e clean, e a figura mais estranha não é o garoto bonzinho mas um cachorro que na maior parte da aventura esta do lado errado do crime. Ou seja, parece filme policial antigo, dos anos 30-40. A censura poderá ser livre e a violência é discreta, confirmando então que tudo é mais simples e pouco emocionante. E mesmo o filme deveria ser mais empolgante. De qualquer forma, indicado apenas os que admiram animação ou desenho à moda antiga.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.