RESENHA CRTICA: Os 33 (The 33/Los 33)

Fiquei muito emocionado com este surpreendente drama chileno que conta sua histria real com sinceridade e emoo

29/10/2015 14:13 Da Redação
RESENHA CRÍTICA: Os 33 (The 33/Los 33)

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Os 33 (The 33/Los 33)

Chile/EUA, 15. 120 min. Direção de Patricia Riggen. Com Antonio Banderas, Rodrigo Santoro, James B rolin, Juliette Binoche, Gabriel Byrne, Lou Diamond Philipps, Mario Casas, Bob Gunton, Naomi Scott, Cote de Pablo, Kate del Castillo, Federico Luppi.

Fiquei muito emocionado com este surpreendente drama chileno que conta sua história real com sinceridade e emoção, sem esconder detalhes importantes, como o cinismo do presidente do Chile diante dos fatos e a absurda falta de ação da firma dona de mina, sem esquecer momentos de grande empatia, como a sequência em que uma das mulheres canta Gracias a La Vida, a música famosa enquanto espera pelo milagre de salvar os mineradores que estão presos debaixo da terra. Há outra razão para o filme nos agradar, que é a participação do brasileiro Rodrigo Santoro, em papel importante e chave, como o ministro das Minas do Chile que acaba sendo o líder do resgate e que além disso tem a chance de contracenar com a sempre magnífica Juliette Binoche (que faz um papel relativamente pequeno, mas a diretora teve a inteligência de colocar uma grande atriz diante daquela velha técnica de que escalar uma grande intérprete de forma que isso levanta do o nível do elenco. De qualquer forma, é uma mistura de americanos conhecidos convincentes, inclusive o esquecido Lou Diamond Phillips, de La Bamba, no que pode ser seu retorno agora em papeis característicos) com outros latinos, sem esquecer que num caso raro: Antonio Banderas está humano e convincente no papel do líder dos mineradores que nem por isso deixa também de errar e procurar lucro. Possivelmente sua melhor interpretação no cinema até hoje.

Quem assina a direção é uma mexicana Patricia Riggen, que faz um trabalho bem competente (dela conheço a comédia romântica Sob a Mesma Lua/La misma Luna,07, com a mesma Kate de Castillo, e Garota em Progresso, uma comédia que fez nos EUA com Eva Mendes, aprendendo a cuidar de uma garotinha, como mãe solteira). Na verdade, nada antes explica seu bom trabalho ajudado por um roteiro a dez mãos, rodado no Chile e Colômbia. Este também foi o último trabalho do talentoso compositor James Horner, que morreu dois meses depois num acidente de aviação. Os verdadeiros heróis do filme que estavam sem trabalho fizeram figuração no filme e tem no final uma sequência bem forte, em preto e branco, quando são identificados.

A verdade é que mesmo sabendo do fato, ou até por causa disso, já que durante semanas ele esteve presente nas TVs de todo o mundo, não se perde o interesse. A história é narrada em ordem cronológica, começando no dia anterior antes do acidente, quando todos se reúnem num almoço festivo. A mina no deserto chileno não tem qualquer segurança, além de pagar muito mal, mas mesmo assim os 33 empregados descem a procura do ouro, sem medo do perigo. Quando há um desabamento, tem a sorte de conseguirem correr para uma espécie de bolsão de segurança onde conseguem sobreviver. Mas o problema é que lá em cima são dados como mortos e sem esperança. As famílias deles lutam por eles e finalmente o governo chileno resolve tomar uma atitude, no que será o resgate mais difícil de todos os tempos. É uma história de sobrevivência, mas também celebrando a luta das famílias e denunciando o desrespeito que os patrões tem por seus empregados. A narrativa é tradicional a não ser por uma sequência muito marcante, em que cada um deles já sem comida imagina um banquete com a presença das mulheres. Um momento onírico que ajuda a embarcar no filme, até mesmo chegando as lágrimas. Afinal é um latino que em sua grande tradição nunca teve medo do drama e as tristezas da vida. Recomendo o filme e em especial seu elenco.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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