RESENHA CR�TICA: Kubo e as Cordas M�gicas (Kubo and the Two Strings)
Espero que este filme t�o bonito encontre seu p�blico, mas n�o endere�ado a crian�as pequenas
Kubo e as Cordas Mágicas (Kubo and the Two Strings)
EUA, 16. 101 min. Direção e produção de Travis Knight. Vozes originais de Charlize Theron, Matthew McConaughey, Art Parkinson, Brenda Vaccaro, Ralph Fiennes, George Takei, Rooney Mara. Estudo Laika.
É provável que você não conheça Travis Knight, que foi o produtor de outros filmes de animação famosos e originais, como Coraline e o Mundo Segreto (09), Paranorman (12) , Os Box Trolls (14) que foram respectivamente dirigidos por Henry Selick, Chris Butler e Sam Fell, e Graham Annable e Antony Stacchi. Todos eles indicados ao Oscar da categoria! Como aliás deve acontecer também com este belo e novo filme. Enquanto Travis assinava apenas como principal animador de todos eles, ou seja, quem recebia o Oscar de acordo com a tradição do premio eram o(s) diretor(es). Agora é provável que chegou finalmente sua vez.
O sr. Travis não deve ter ficado muito feliz até agora porque desta vez caprichou num estilo diferente, o desenho oriental, orçamento maior (cerca de 60 milhões, sabendo-se como é caro fazer animações ainda mais no velho estilo de Stop Motion, Quadro a Quadro, e não Digital!). Rendeu ate agora 47 milhões mas ainda esta em cartaz!
Espero que este filme tão bonito encontre seu público, mas não endereçado a crianças pequenas e a um público mais casual (aliás os outros trabalhos dele tampouco eram). Já que foi feito com todo cuidado, o que inclui trilha musical de Dario Marianelo e até uma versão dos Beatles, de While My Guitar Gentley Weeps nos letreiros finais. E na versão original, eficientes vozes de Charlize Theron e Matthew McConaughey (aliás há na história a presença de um Beetle, ou seja um besouro).
Como todo conto oriental, a história e o design são todos estilizados. Levando 94 semanas para ser realizada e 1.149.015 de horas trabalhadas. Já começa com o herói Kubo lutando num pequeno num oceano em tempestade, ele usa um tapa olho coberto por parte do seu cabelo para esconder sua cegueira. Quando cai no Oceano tem a sorte de ser recolhido por uma mulher (o visual é sempre muito estilizado, por vezes parecendo bonecos e figuras antigas). Aos poucos, Kubo descobre que seu pai foi um lendário samurai vai perdendo a família que lhe restou, mas passa a ter ajuda de uma macaca e do Beetle, que acabam por guiá-lo sem querer a um encontro com a pior figura demoníaca que é seu próprio avô, que ficou cego dos dois olhos.
Como sou fascinado pela arte oriental acho bom avisar que não é semelhante aos filmes dos estúdios Gibli. Mas nem por isso deixa de ser ágil, plástico e movimentado (menos poético mas estilizado com ajuda de monstros e combates). Quem curte o gênero não pode perder.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho � jornalista formado pela Universidade Cat�lica de Santos (UniSantos), al�m de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados cr�ticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores ve�culos comunica��o do pa�s, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de S�o Paulo, al�m de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a d�cada de 1980). Seus guias impressos anuais s�o tidos como a melhor refer�ncia em l�ngua portuguesa sobre a s�tima arte. Rubens j� assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e � sempre requisitado para falar dos indicados na �poca da premia��o do Oscar. Ele conta ser um dos maiores f�s da atriz Debbie Reynolds, tendo uma cole��o particular dos filmes em que ela participou. Fez participa��es em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para miniss�ries, incluindo as duas adapta��es de “�ramos Seis” de Maria Jos� Dupr�. Ainda crian�a, come�ou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, al�m do t�tulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informa��es. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicion�rio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o �nico de seu g�nero no Brasil.