RESENHA CRTICA: Norman: Confie em Mim (Norman: the Moderate Rise and Tragic Fall of a New York Fixer)

No para os adolescentes, nem acho mesmo que para o pblico feminino que outrora venerava Richard Gere

14/05/2017 20:12 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Norman: Confie em Mim (Norman: the Moderate Rise and Tragic Fall of a New York Fixer)

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Norman: Confie em Mim (Norman: the Moderate Rise and Tragic Fall of a New York Fixer)

EUA, 16. 118 min. Direção e roteiro de Joseph Cedar. Com Richard Gere, Michael Sheen, Dan Stevens, Charlotte Gainsbourg, Steve Buscemi, Hank Azaria, Harris Yulin, Josh Charles, Ann Dowd.

É curioso como o outrora admirado galã, ídolo das mulheres, Richard Gere, resolveu assumir a idade (cabelos brancos, pele cansada, nascido em 1949) e fazer papeis característicos em projetos pequenos de filmes independentes. Já fez vários, mas nenhum, nem este aqui, lhe deu a tão esperada chance de ganhar seus prêmios nem que seja pela longevidade. No caso, o diretor roteirista aqui Cedar é um novaiorquino que se tornou mais conhecido ao realizar um filme israelense bem competente chamado Beaufort (07, que foi indicado ao Oscar de filme estrangeiro). Também engajado e polêmico, foi Fogueira (04, sobre mulher em busca de aceitação) e o mais recente de 2011, Nota de Rodapé (Hearat Shulayim), outro drama que foi indicado ao Oscar de filme estrangeiro, uma situação polêmica entre pai e filho que são rivais no estudo e ensino do Talmud, e chegam a romper quando um deles sairá vencedor.

Ou seja, dos diretores assumidamente judeus, Cedar é dos mais competentes (rodou metade em Jerusalém metade em Nova York) e ousou dar a chance de Gere estava esperando ou desejando. Embora tenha um concorrente importante na figura de seu coastro israelense, Lior Ashkenazi, que faz o papel de Eshel, um político israelense que fica amigo de Norman Oppenheimer (Gere) e que depois se tornaria um poderoso primeiro ministro! Norman seria a figura chamada de “finagler” um manipulador que tenta dar bom resultado a projetos que precisam de ajuda (alguns críticos acharam parecido com a situação de Don Corleone de Chefão), que faz favores a que eventualmente irá depois cobrar. Na hora certa. Está sempre trabalhando como networking, palavra norte-americana para a política de fazer amigos e conhecidos, para que depois possa pedir favores deles. Uma manipulação muito mais comum do que se pode pensar.

Assim Norman compra sapatos muito caros para Eshel (repare que é Isaach de Bankole, quem faz o vendedor) enquanto utilize estratégias e papos furados para chegar perto dos poderosos. Gere tem a sorte de que o diretor Cedar humaniza o personagem utilizando um pouco de fantasia. O fato é que o filme favorece o ator tem a qualidade do roteiro (também de Cedar) de ter um bem sucedido capítulo final. Logicamente não é para os adolescentes, nem acho mesmo que para o público feminino que outrora venerava Gere. Mas adultos, homens de negócios, saberão apreciar o resultado. Embora não tenha tido o esperado sucesso, sem passar a barreira do pouco mais de um milhão de dólares de renda.  

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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