RESENHA CRTICA: Sute Francesa (Suite Franaise)

Embora feito no capricho, o filme no traz nada de novo que no tenha sido contado em vrios outros semelhantes

29/01/2016 12:45 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Suíte Francesa (Suite Française)

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Suíte Francesa (Suite Française)

França, 14. 107 min.Direção de Saul Dibb. Com Kristin Scott Thomas, Michelle Williams, Margot Robbie,Ruth Wilson, Sam Riley, Alexandra Maria Lara, Lambert Wilson, Matthias Schoenaerts. Produção dos Irmãos Weinstein.

A história que gerou este filme é bem interessante. Sua autora se chama Irène Némirovsky, era judia e quando morreu num campo de concentração sua filha encontrou um monte de papeis que não quis ler para não aumentar o sofrimento, pensando que eram diários. Isso ficou esquecido durante quatro décadas, até quando por acaso mexeu no material e descobriu que era um romance que sua mãe havia escrito mas infelizmente não concluído. Resolveu procurar uma editora que lançou a obra que acabou sendo um grande Best-seller (o final não muda muito porque é interrompido num momento chave e resolvido com uma voice over, ou seja, em off). Este filme tinha um preâmbulo onde aparecia justamente a filha (vivida por Eileen Atkins). Mas resolveram cortar a sequência porque acharam que iria confundir mais o espectador.

Agora a história é narrada linearmente apenas um pouco na França (Marville, na Lorraine) e mais na Bélgica (Hainaut, Virton, Brabant Wallon). O interessante é que a produção conseguiu reunir um elenco que hoje é mais famoso. É o caso de Margot Robbie (de O Lobo de Wall Street) que tem cena como camponesa de peruca morena. A inglesa Ruth Wilson hoje é conhecida pela série The Affair, fazendo uma camponesa que é casada com um rebelde que vira partisan (o ator Riley é conhecido por Control e Malévola). A protagonista é a americana Michelle Williams (que já indicada a 3 Oscars) que não está nos seus melhores dias e como a mãe chata dela é um desperdício da geralmente excelente Kristin Scott Thomas. Há ainda outra presença forte que é a figura de Matthias Schoenaerts que é belga e se tornou o galã europeu favorito do momento em filmes como Ferrugem e Osso, Longe Deste Insensato Mundo, Bullhead, Um Pouco de Caos e o atual A Garota Dinamarquesa.

O diretor inglês Saul Dibb, que também escreveu o roteiro baseado no livro autobiográfico descrito acima, dirigiu antes o bem sucedido Duquesa, 08, e o desconhecido Bullet Boy, 04. Embora feito no capricho, o filme não traz nada de novo que não tenha sido contado em vários outros semelhantes, o romance entre uma jovem francesa que vive numa casa confortável no interior com um oficial alemão nazista (Matthias) que é bonitão, educado, gentil e cavalheiro. A crítica ao relacionamento das jovens francesas com o invasor nazista é de passagem porque também não há muito tempo para desenvolver o romance central, embora na aldeia haja crise por causa de um rebelde e a ordem de matar um nobre local (Lambert Wilson). Começa com a queda de Paris (e tem aquela cena clássica dos fugitivos vindo por uma estrada quando são atacados por aviões inimigos) e nem é bem justificado o dilema da heroína, talvez em parte pelo dia infeliz de Michelle.

O nazista bonitão também toca piano e daí o titulo pretensioso mas não bem resolvido.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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