RESENHA CRTICA: Beleza Oculta (Collateral Beauty)

O espantoso como recentemente Hollywood faz filmes em que nunca deveria sequer ter pensado

08/02/2017 20:51 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Beleza Oculta (Collateral Beauty)

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Beleza Oculta (Collateral Beauty)

EUA, 16. Direção de David Frankel. Com Will Smith, Ann Dowd, Helen Mirren, Michael Pena, Edward Norton, Naomie Harris, Kate Winslet, Keira Knightley, Edward Norton.

Foi reunido um super elenco num filme que se pretendia sensível e original para ser estreado justamente quando todo mundo, ao menos em tese, está mais aberto e menos egoísta. Ou seja, na curta temporada de Natal. Foi assim que surgiu este super elenco, com história criada por um certo Allan Loeb (o ainda inédito O Espaço Entre Nós, Esposa de Mentirinha, Coincidências do Amor, nada muito memorável!) e um diretor que costuma acertar David Frankel (o diabo veste Prada, Marley e eu). Com uma turma de primeira, alguém pode explicar porque foi o tremendo fracasso em toda parte (um orçamento relativamente barato de 36 milhões não rendeu nos EUA mais de 30!)?

A explicação parece simples, o público odiou o filme. Não curtiu o lado fantasia, nem sua frequente relação com a morte, nem a trama relativamente complicada. Nem sua relação o salvou. Pode ser verdade que Will Smith esteja passando por uma fase difícil de ator e tem sido rejeitado em quase tudo que apareceu. E de cara fechada, sofrendo porque perdeu uma filha pequena há dois, nada disso ajuda. Fica difícil aceitar a resolução dos seus três amigos, parceiros de empresa, que decidem fazer alguma coisa para tirá-lo do buraco. No caso, Edward Norton (que no final das contas é mesmo um ator que se repete e não se humaniza, teve momentos que achei que ele imitava Donald O´Connor). Seguido pelo ator mexicano do momento, que finalmente virou protagonista, o neutro Michael Peña, e a ainda as intocáveis Helen Mirren e Kate Winslet. Estão são os amigos que inventam uma trama nada verossímil, contratam três atores maus de vida (Helen, Keira Knightley, e ainda o jovem e pouco conhecido Jacob Latimore). Eles são pagos para fingirem que são a morte e dessa maneira tira-lo da depressão e assim salvar a empresa!!!

Pois é , é nisso que temos que acreditar num elenco onde só a veterana Mirren mantém a vida e onde a conclusão se precipita num final nada verossímil. Parece incrível que na hora da produção ninguém tenha lido e dito, mas esta história não funciona. Certamente haverá espectadores que vão se esforçar para acreditar na alegoria. Mas o espantoso é como recentemente Hollywood faz filmes em que nunca deveria sequer ter pensado.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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