RESENHA CRTICA: Era Uma Vez em Nova York (The Immigrant)
Chega nova prova de que Marion Cotillard atualmente a grande atriz e beleza do cinema europeu
Era Uma Vez em Nova York (The Immigrant)
EUA, 13. 120 min. Direção e roteiro de James Gray. Com Marion Cotillard, Joaquin Phoenix, Jeremy Renner, Dagmara Dominczky, Jicky Schnee, Elena Solovey, Angela Sarafyan. Europa Filmes.
Chega nova prova de que Marion Cotillard é atualmente a grande atriz e beleza do cinema europeu, com ocasionais e bem sucedidas experiências em filmes americanos. Como é este curioso caso. De um diretor americano que escreveu um personagem e um roteiro especialmente para ela que lhe valeu pelo menos elogios em Cannes , Newport e outros lugares. O curioso de Gray é que seus filmes vão bem na Europa, em especial na França, onde são celebrados pelos críticos (ao contrario dos EUA, onde são ignorados. Mas todos tem sido interessantes: Fuga para Odessa, 94, Caminho sem Volta, 2000, Os Donos da Noite, 07 e o melhor deles ate agora, Amantes, 08, uma comédia romântica amarga com Joaquin Phoenix e Gwyneth Paltrow.
Novamente se confirma Phoenix como um dos grandes atores do momento, no que é basicamente um antiquado romance à moda antiga, denunciando os problemas da Imigração européia para a America, feito de maneira quase clássica, acadêmica, com trilha musical do mesmo que fez para eles os trabalhos anteriores (Christopher Spelman), recriação requintada de época, fotografia do iraniano que fez Meia Noite em Paris com ele para Woody Allen e um papel para a beleza doce e triste de Marion. Sucede em 1921, quando duas irmãs estão chegando como imigrantes à famosa Ellis Island. Mas tem a má sorte de que sua irmã sofre de tuberculose e fica bloqueada lá e logo ela é convocada para ser prostituta, ou vedetinha de patéticos shows de revista. Quem diz que a ajuda é justamente esse malandro Bruno Weiss (Phoenix) que ela odeia. Prefere um outro malandro que ao menos a engana melhor, um mágico Orlando ou Emil (Jeremy Renner, melhor do que costume).
Ou seja, tudo já foi visto de alguma outra forma antes, e antiquado, só qualificada mesmo pelo trio central, que se defende bem. Talvez o público feminino o aceite melhor (rendeu por lá um máximo de 2 milhões de dólares).
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.