Casamento Sangrento
Grace esta noiva, e na noite de nupcias aceita participar de um estranho ritual da familia do seu futuro marido. Eles se isolam numa velha mansao, com pessoas excentricas
Casamento Sangrento (Ready or not). EUA/Canadá, 2019, 95 minutos. Terror/Comédia. Colorido. Dirigido por Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett. Distribuição: 20th Century Fox
Exibido com pequena repercussão nos cinemas brasileiros em março de 2019, essa brincadeira sinistra e deliciosa de terrir (terror com humor) acaba de ganhar versão em mídia física, tanto em DVD quanto Bluray, pela 20th Century Fox (o disco inclui muitos extras para os colecionadores, fiquem atentos).
Rodado no Canadá, além de terrir, o filme se comporta como um thriller perverso, um corre-corre danado dentro de um jogo infernal com armadilhas que terminam em mortes escabrosas (prepare-se para o final, onde a casa irá pingar sangue). Tudo se passa numa noite em um casarão escuro, onde o elenco está muito à vontade nos papeis, com destaque para Samara Weaving (sobrinha de Hugo Weaving, de “Matrix”), Henry Czerny, a sumida Andie MacDowell e participação de Adam Brody.
É o melhor do cinema de terror moderno feito nos Estados Unidos, numa linha que atinge em especial os jovens. Note o orçamento, como filmes de custo baixo vem atraindo o público, onde estão lá os adolescentes e os fãs de terror, claro – “Casamento sangrento” custou U$ 6 milhões (ou seja, fita independente) e rendeu U$ 60 mi de bilheteria. Façanha das mãos da dupla de cineastas especializada em terror, que não fez nada marcante antes, Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett. Hoje eles estão por trás do longa “Pânico 5” (ressuscitaram a franquia de Wes Craven, sucesso nos anos 90 e 2000, e o quinto capítulo deve estrear em janeiro de 2022). Enquanto isso assista a “Casamento sangrento” como um entretenimento passageiro cuja maior qualidade é reinventar o gênero (olhando com mais insistência, o filme critica as convenções do casamento, as festas de glamour e dá um tapa na cara da sociedade conservadora).
Cuidado com a classificação, no Brasil o filme saiu para público acima dos 16 anos, devido à violência.
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com