RESENHA CRTICA: O Pequeno Fugitivo (Litte Fugitive)

Muitos elogios se podem fazer a uma obra to pouco conhecida e inovadora

23/09/2014 14:27 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: O Pequeno Fugitivo  (Litte Fugitive)

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O Pequeno Fugitivo  (Litte Fugitive)

EUA, 53. Direção de Morris Engel. Ray Ashley e Ruth Orkin, Com  Richard Brewster, Winifred Cushing, Jay Williams, Will Lee, Charlie Moss.

 

Está em plena moda exibir filmes clássicos em salas atuais e cópias restauradas (parece que fez imenso sucesso em Porto Alegre Um Corpo que Cai, de Hitchcock). Mas este é um caso raro de um filme pequeno e preto e branco, quase desconhecido (na verdade independente era um conceito que ainda não). Embora afirme  ser inédito no Brasil, eu o assisti quando ainda criança na TV Excelsior, que pelas  mãos de Alvaro Moya, tinha a inteligência exibir filmes raros em horários diferentes em sua versão original, legendada.  O que era muito ousadia!.

Seus autores já estão esquecidos. Engel (1918-85), era casado com Ruth Orkin (1921-85), Ray Ashley (1911-60) é que não tem outros créditos (parece que era escritor de temática juvenil). De qualquer forma, os três foram indicados ao Oscar de melhor roteiro ( e o filme também ganharia o Urso de Prata em Veneza, melhor filme estrangeiro na Itália e indicado ao Sindicato dos diretores).   Enfim Engel também era fotografo de fotografia e como realizador teria ainda outros filmes não exibidos no Brasil. De uma coisa não esqueci, foi praticamente todo rodado em Coney Island, um parque perto de Nova York, a beira mar onde  existia um inesquecível parque de diversões. Na minha primeira visita aos EUA inclusive fiz questão de ir visitá-lo ainda que já  meio rústico e antiquado.

Morris fez ao todo 9 filmes, 3 deles curtas como o primeiro The Farm They Won. Depois de Fugitivo veio Lovers and Lollipops (56) onde um viúvo tenta arranjar para sua flha. Weddings and Babies, 58. com a estrela sueca Viveca Lindfors. (Foi premiado em  Veneza!). A Little Bit Pregnant , 94, sobre garoto que tenta entender onde é a fabrica de bebes! Camelia, 98, sobre desenvolvimento de bebê. I Need a Ride to California, rodado em 68, nunca foi mexido deste 1972 (mas nunca exibido, estaria sob guarda e proteção da filha do casal Engel).    

Neste filme porém, justificadamente considerado precursor do cinema independente, se conta uma historia encantadora,    sobre um menino Lennie de 7 anos do Brooklyn que acha que matou seu irmão (que na verdade esta mentindo!). Foge para a praia/parque Coney Island conseguindo dinheiro com garrafas usadas! Porque foi feito por jornalistas e câmera men experimentados  o filme resultou ,  alegre,  espontâneo e envolvente. Ajudado também pela trilha musical  com gaita (harmônica), de Lester  Troob. Nunca mais revi o filme mas sua lembrança nunca me deixou. Muitos elogios se podem fazer a uma obra tão pouco conhecida e inovadora. Uma maneira tão inovadora de se fazer cinema que não envelheceu.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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