RESENHA CR�TICA: A Noite da Virada
Com poucas boas piadas, o filme n�o � l� essas coisas


A Noite da Virada
Brasil, 2014. 90 min. Direção de Fabio Mendonça. Com Luana Piovani, Marcos Palmeira, Taumaturgo Ferreira, Juliano Enrico, João Vincente de Castro, Luana Martau, Julia Rabelo, Daniel Furlan, Martha Nowill, Rodrigo Santanna, Paulo Tiefenhaler, Tony Tornado, Alexandre Frota, Anselmo Vasconcellos.
É curioso quando o maior interesse do filme arremessado nas salas no pior momento do ano, na semana que antecede o Natal, seja distante do público: o fato de que esta é uma comédia (me parece a primeira desde Viva Voz há dez anos) produzida pela 02 de Fernando Meirelles. Que utiliza um elenco grande onde dois apenas são conhecidos e ainda assim fazendo tipos opostos ao que lhe fizeram a fama: Luana Piovani quase sem maquiagem, com os olhos lacrimosos e cara de infeliz. E Marcos Palmeira, como o antipático anti-herói. E personagens que não são maiores do que os outros.
Inspirado numa peça teatral, O Banheiro, de Pedro Vicente, o filme conta a história de uma esposa Ana que dá uma festa de réveillon e convida os vizinhos ricos, Palmeira e Piovani. O marido dela é um musico mal sucedido, que vive a suas custas, mas deve ter sido culpa minha porque não entendi qual era a profissão dela! Enfim, vem a irmã gordinha, um casal de namorados (onde a moça só pensa em transar), dois maconheiros que terão alucinações, um traficante de drogas (Taumaturgo) que será dado como morto e escondido. E o maior problema é porque Luana tem um caso com o músico vizinho e ainda por cima esta grávida sem saber que o pai da criança. O foco serão os banheiros e são as drogas que fornecerão algumas piadas, mas também a censura até 16 anos (na sala que vi não houve controle algum).
Rodado quase integralmente em interiores, a melhor coisa do filme é uma piada genial sobre um marginal que acorda dentro de um desses banheiros químicos, mas esta preso porque já foram todos recolhidos ! Reza para tudo que é santo e tenta usar celular (é amigo do traficante que obviamente não atende). Mas sua aparição pontilha o filme e fica com a conclusão. O publico ri muito com a situação que é realmente ótima.


Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho � jornalista formado pela Universidade Cat�lica de Santos (UniSantos), al�m de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados cr�ticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores ve�culos comunica��o do pa�s, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de S�o Paulo, al�m de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a d�cada de 1980). Seus guias impressos anuais s�o tidos como a melhor refer�ncia em l�ngua portuguesa sobre a s�tima arte. Rubens j� assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e � sempre requisitado para falar dos indicados na �poca da premia��o do Oscar. Ele conta ser um dos maiores f�s da atriz Debbie Reynolds, tendo uma cole��o particular dos filmes em que ela participou. Fez participa��es em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para miniss�ries, incluindo as duas adapta��es de “�ramos Seis” de Maria Jos� Dupr�. Ainda crian�a, come�ou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, al�m do t�tulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informa��es. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicion�rio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o �nico de seu g�nero no Brasil.

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