RESENHA CRTICA: Ningum Deseja a Noite (Nadie querie la Noche/Nobody Wants the Night)
O pblico feminino pode se identificar com ele... E tem Juliette Binoche
Ninguém Deseja a Noite (Nadie querie la Noche/Nobody Wants the Night)
Espanha, Bulgária, França. 2015. 104min. Direção de Isabel Coixet. Com Gabriel Byrne, Juliette Binoche, Rinko Kichuki, Matt Salinger. Roteiro de Miguel Barros.
Uma produção internacional cara contando fatos reais. Foi basicamente rodado em estúdio com apenas dez dias de locações geladas na Noruega. E se sustenta basicamente por causa da estrela francesa Binoche, nascida em 1964 (vencedora do Oscar), que narra a historia e ainda mantém um charme e beleza. O curioso é que depois de ser exibido no Festival de Berlim cortaram vinte minutos de projeção e acrescentaram justamente esse “voice over” de Binoche. Mas estranhamente tem um ar e provoca a sensação de “já visto”. A diretora catalã Coixet é atualmente uma das raras mulheres diretoras espanholas a fazer carreira regular. Minha Vida sem Mim, A Vida Secreta das Palavras, Fatal são alguns deles tendo 30 créditos em sua carreira entre curtas, longas e documentários. Ganha o Gaudi de maquiagem mas impressionou mais no premio Goya, o maior da Espanha, levando os de trilha musical, figurino, maquiagem, direção de produção e Binoche foi apenas candidata finalista ao Prêmio. Foi, sem dúvida, um esforço de interpretação, deixando-se aparecer sem maquiagem, nem sempre. Pena que o filme nunca deslanche e lhe falte um final mais empolgante. Ainda assim, o público feminino pode se identificar com ele.
A história se passa inicialmente em 1908, na região gelada do Canadá, quando Josephine parte junto com uma expedição em busca do marido que havia partido numa outra excursão que pretendia chegar ao Polo Norte. Na verdade, o filme resultou decepcionante, mesmo com o personagem forte para Binoche, capaz de enfrentar os homens, lutando para ajudar uma mulher “inuit” que esta grávida, mais por outro lado puritana mandando as mulheres de cobrirem sua nudez. Tudo isso com frio, avalanche, gelo que se rompe... mas sem nunca se tornar o épico que pretendia. Não chegou a ser exibido nos EUA, se tornando um fracasso de bilheteria.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.