RESENHA CRTICA: Mapas para as Estrelas (Map to the Stars)

Vulgar e bobo, poderia a trinta anos atrs ter algum impacto

18/03/2015 16:42 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Mapas para as Estrelas (Map to the Stars)

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Mapas para as Estrelas (Map to the Stars)

EUA, 14. 111 min. Direção de David Cronenberg. Roteiro de Bruce Wagner. Com Julianne Moore, Mia Wasikowa, Robert Pattinson, John Cusack, Evan Bird, Olivia Williams, Sarah Gadon, Carrie Fisher.

Este foi o primeiro filme do Canadense Cronenberg que ele rodou nos EUA, ainda que apenas por 5 dias na California. O roteiro é de um certo Wagner, que teria sido um dos bruxos de Carlos Castaneda. E faz ponta como o motorista careca de roupa preta.

Mas foi muito mal recebido pelo público e crítica, este drama tortuoso que por vezes pode até lembrar o abominável Cidade dos Sonhos de David Lynch, dando mais uma vez uma visão deplorável e patética de Hollywood e seus habitantes. O título se refere aqueles mapas que mostram casas de atores famosos (mas não se mostra isso, embora Patrick faça um motorista de limusine que andaria por aqueles lugares e tem aspirações de ser ator). A protagonista é a cada vez mais antipática Mia que chega a Hollywood e logo se envolve com a Família Weiss. O pai Stafford é um analista que fez fortuna com livros de auto ajuda. A mãe Cristina cuida basicamente da carreira do seu filho Benjie, 13 anos, que é uma figura muito perturbada (a ponto de chegar ao assassinato). Um dos clientes Havana é uma atriz que sonha em fazer remake do filme que fez sua mãe famosa nos anos 60, Clarice. Benjie saiu do rehab aos 9 anos e sua irmã Agathan saiu de sanatório onde foi tratada como piromaníaca.

Se depois deste resumo você não desistiu de assisti-lo é porque merece ver este melodrama cheia de gente louca e tarada, que nem senso de humor consegue ter. O tão experiente Cronenberg que soube lidar tão bem com terror se perde aqui, a tal ponto que a própria Julianne passa por momentos constrangedores e patéticos. Pretende ser sátira mas nem isso consegue. Vulgar e bobo, poderia a trinta anos atrás ter algum impacto.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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