NA NETFLIX: Cargo (Idem)
É quase uma fábula moralista e denunciadora dos excessos da sociedade atual. Mais drama que aventura, só vai envolver que já aceitar essa proposta


Cargo (Idem)
Austrália, 18. 1h45. Direção de Ben Howling, Yolanda Ramke (também roteirista). Com Martin Freeman, Susie Porter, Caren Pistorius, Anthony Hayes, Kris McQuade, David Gulpillil.
Esta é a primeira produção australiana da Netflix que é uma extensão de filme mais curto sobre o mesmo tema de 2013, que fez muito sucesso no You Tube local. A principal atração é o excelente ator britânico Freeman (famoso como Hobbit, o Dr. Watson da série de TV britânica Sherlock Holmes e muitos filmes como Guia dos Mochileiros da Galáxia, Pantera Negra, Capitão América Guerra Civil, Chumbo Grosso etc.). Desta vez numa interpretação muito dramática e muito auxiliado por um bebê muito pequeno e excelente intérprete, a menina Simone. Embora o filme conte a história de uma misteriosa pandemia que espalha por toda a Austrália, no fundo não tem muito a ver com zumbis. O herói foge com a família numa barcaça, mas aos poucos passa a ser perseguida pela ameaça da doença, encontrando outras vítimas quase todas bem intencionadas, embora a maior intenção dos autores seja ressaltar a participação dos nativos australianos, incluindo participação do mais famoso ator dessa comunidade chamado David Gulpillil. Ou seja, é mais um thriller de suspense do que uma história de terror. Mostrando que os chamados “virals” são simbólicos da poluição do mundo dito civilizado do Oeste e tentou lutar pelo respeito pela Terra. Rodado em cinco semanas em locações, o filme enfrentou tempestades, blackout, enchentes e até um mini-ciclone. A trilha musical foi composta por Daniel Rankine e Dr. G.Yunipingy (mas este faleceu durante a produção e o resultado foi dedicado a ele). Não exagera em paisagens bonitas demais ou excesso de violência. É quase uma fábula moralista e denunciadora dos excessos da sociedade atual. Mais drama que aventura, só vai envolver que já aceitar essa proposta.


Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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