NA NETFLIX: Anon (Idem)
Está longe de ser um de seus melhores trabalhos do diretor Andrew Niccol
Anon (Idem)
EUA, 18. 1h40min. Roteiro e direção de Andrew Niccol. Com Clive Owen, Amanda Seyfried, Morgan Allen, Afya Bennett, James Tan, Jeffrey Men, Rachel Roberts, Sebastian Pigott, David Storch, Colm Feore.
O diretor e roteirista neozelandês Niccol (Gattaca, Simone, O Senhor das Armas, O Preço do Amanhã, A Hospedeira) assume a Netflix num Orçamento 20 milhões de dólares. Mas está longe de ser um de seus melhores trabalhos. Embora cheio de reviravoltas e sofisticados designs, não passa de uma confusa trama de policiais do futuro, que se comportam como qualquer outro do gênero, atirando a esmo e se atrapalhando por causa de uma heroína (o retorno de Amanda Seyfried, aqui morena, com olhos esbugalhados, parecendo Anna Karina e ocasionalmente nua!). Como muitos thrilers futuristas até que começa bem seguindo o agente Clive Owen, Sal Friedland. Foi o próprio diretor quem fez o resumo. Num futuro próximo, há mais privacidade, ignorância ou anonimato. Nossas lembranças privadas são gravadas e o crime quase cessou de existir (nada disso fica muito claro no filme propriamente dito). Ao tentar resolver uma série de crimes insolúveis, Sal tropeça na figura de uma jovem (Seyfried) que parece subverter o sistema e desaparece. Ela não tem identidade, história ou registro. Acha que pode não ser o fim dos crimes, mas o início. Ela se chama apenas a Garota e precisa ser encontrada antes que Sal seja a próxima vítima. Ou será que ele inventou outra personalidade chamada Sol para encontrar a garota? O fato é que um excesso de armas e cenas com o ponto de vista delas atirando! Parece segundo a imprensa que a moça se chama Anon, mas não sei por que... (ele já tem 52 anos, ela 32. E daí?)
Logicamente a sinopse e o visual cinzento parecem melhores do que o acontece na tela ou o pior que seja algum capitulo de Black Mirror! No filme nossos cérebros parecem computadores, mas as imagens gravadas na tela, são pequenas demais e impossíveis de registrar (talvez se fosse na telona, no Nextflix caseiro é um terror). A mim não convenceu.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.