Navegando na NetFlix: Gracie and Frankie

Rubens Ewald Filho estreia comentários baseados na Netflix

20/09/2015 23:22 Por Rubens Ewald Filho
Navegando na NetFlix: Gracie and Frankie

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Não teve jeito, tive que me render a moda, digo avalanche da Netflix, não dava para resistir a quantidade de filmes e séries disponíveis a um preço acessível (ao menos até o governo lançar suas garras neles, diante da sede implacável de pagar as contas dos que tanto roubaram!). E a necessidade de ficar informado!

A primeira série que escolhi foi esta Gracie and Frankie (comédia em 13 capítulos) recente e candidata ao Emmy. Foi indicada apenas a co-estrela e co-produtora Lily Tomlin, mas é um grande injustiça com Jane Fonda, que está igualmente bem. As duas foram cúmplices no projeto e compartilham extremamente bem o resultado. Jane tem algo de antipático, de frio, que ela não tem a menor vergonha de usar. Ambas envelheceram bem, Lily com plásticas visíveis mas nunca foi um tipo de beleza é basicamente uma comediante que ocasionalmente fazia papeis dramáticos. Já Jane mexeu pouco e com muita dignidade assume seus setenta anos, no que é o personagem mais autobiográfico que já fez desde Num Lago Dourado. Gostei especialmente quando ela a espera de um parceiro para sexo, se olha no espelho e vê o braço caído e flácido, mexendo nele com tristeza e coragem! Não perdeu sua figura carismática que há décadas a havia consagrado como a grande estrela contestadora do cinema norte-americano.

Gracie (Jane) e Frankie (Lily) são casadas há mais de 40 anos e os maridos são advogados e sócios, Jane com Martin Sheen e Lily com Sam Waterston. O primeiro casal tem dupla de filhas já adultas, uma delas esperando o primeiro neto, o segundo um casal adotivo de rapazes, um deles negro, o outro tentando se recuperar das drogas. Eles conviveram por mais de 40 anos até que tem a surpresa realmente inesperada de que ambos pedem divórcio porque resolveram assumir o seu romance homossexual, saem do armário e apesar de tentarem ser civilizados com a situação (não é difícil nem muito mostrada a divisão de bens) fica uma mágoa muito grande que se estende pelos 13 capítulos desta primeira temporada (outro bloco já está em produção). Na verdade podiam ser menos, oito seria o numero ideal, ou nove. Porque alguns se esticam, um com flash backs desnecessários, outros insistindo no casal gay e suas idiossincrasias mais por causa da idade do que a opção sexual.  E não era necessário tantos beijos na boca, quando a dupla parece mesmo constrangida (é quase uma réplica ao de Fernanda e Natália, na novela da Globo!). Depois do nono capitulo, a trama perde o fôlego e vai ficando menos eficiente.

Embora seja comédia e tenha momentos engraçados, a série não é um sitcom tradicional, não tem nem mesmo a trilha de risadas de fundo. Mas os capítulos são curtos e fáceis de ver em uma ou duas sentadas, o que é um dos grandes atrativos da Netflix. E situa-se em grande parte no que seria uma casa de praia de San Diego. Não é excepcional como poderia, mas assisti com prazer e facilidade.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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