O Autorretrato de Fitzgerald: Irregular mas com Laivos de Genialidade
A irregularidade narrativa da prosa do norte-americano Francis Scott Fitzgerald tem um de seus momentos mais problematicos em Os belos e malditos
A irregularidade narrativa da prosa do norte-americano Francis Scott Fitzgerald tem um de seus momentos mais problemáticos em Os belos e malditos (The beautiful and dammed; 1922). É verdade que estes “ataques literários” livres e a esmo lhe rendem uma naturalidade única na literatura e uma verve apaixonada de tom direto; estas características assombraram em suas obras-primas O grande Gatsby (1925) e O último magnata (1941); em Os belos e malditos há muitas falhas climáticas, porém, graças a instantes inspirados, o gênio de Fitzgerald para expor uma época e uma sociedade elevam o romance acima de seus limites.
O autor se retrata na figura de Anthony Patch, e a companheira desta personagem, Gloria, se equivale aos desequilíbrios de Zelda, esposa de Fitzgerald que acompanhou o romancista em suas turbulências emocionais pela América e pela Europa nos anos 20 e 30 do século XX. Tudo é muito encantador em Os belos e malditos; mas ao mesmo tempo se exibe uma futilidade vagabunda de narrar. As coisas arrebatam e também desconcentram em Os belos e malditos.
(Eron Duarte Fagundes – eron@dvdmagazine.com.br)
Sobre o Colunista:
Eron Duarte Fagundes
Eron Duarte Fagundes é natural de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, onde nasceu em 1955; mora em Porto Alegre; curte muito cinema e literatura, entre outras artes; escreveu o livro ?Uma vida nos cinemas?, publicado pela editora Movimento em 1999, e desde a década de 80 tem seus textos publicados em diversos jornais e outras publicações de cinema em Porto Alegre. E-mail: eron@dvdmagazine.com.br