Depois de 125 Anos, o Futuro do Cinema em Questao

No final de 2020 a arte cinematografica completou 125 anos desde que os Irmaos Lumiere fizeram a primeira apresentacao publica do cinematografo

03/02/2021 12:51 Por Adilson de Carvalho Santos
Depois de 125 Anos, o Futuro do Cinema em Questao

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No final de 2020 a arte cinematográfica completou 125 anos desde que os Irmãos Lumière fizeram a primeira apresentação pública do cinematógrafo. De filmes curtos, em preto e branco e sem som até hoje muitas transformações tem modificado o hábito e o prazer de se assistir a filmes. Se por um lado o avanço da tecnologia sempre levou o cinema a sair de sua zona de conforto para disputar espaço com a televisão, depois o VHS, o DVD até chegar ao cenário atual repleto de youtubers e tic-tocs, por outro lado as restrições impostas pela pandemia retraiu ainda mais o acesso às salas de cinema, um efeito sem precedentes cujas consequências seguem na contramão de uma comemoração silenciosa. Mas há muita água para rolar antes que o vento venha a levar tudo.

Não há dúvida que a grande vantagem pertence aos serviços de streaming que cresceram à medida que as salas de exibição ficaram vazias de estreias e os estúdios passaram a adiar seus lançamentos. O primeiro sintoma de que as coisas seriam complicadas é o resultado decepcionante de “Tenet” quando lançado no último trimestre de 2020. Era umas das grandes apostas da Warner para trazer o público de volta, mas a falta da vacina e o número crescente de óbitos teve efeito contrário, e se tratando de um orçamento milionário, acima dos 200 milhões de dólares, sem contabilizar o marketing, o filme não bateu a meta tão esperada ficando em torno dos 57 milhões na bilheteria no mercado doméstico (Estados Unidos). A consequência foi o estremecimento das relações entre o diretor Christopher Nolan e a Warner, acentuadas ainda mais quando o estúdio anunciou que lançaria seus próximos filme simultaneamente nas salas de exibição e em sua plataforma de streaming, a HBO MAX, como foi o caso do igualmente muito aguardado “Mulher Maravilha 1984”.

 A estratégia da Warner causou impacto e foi somado aos esforços da Universal que fez acordo liberando seus lançamentos para VOD (Video on demand) no prazo de 17 dias depois da estreia em salas de exibição. Ainda assim vários filmes foram adiados e continuamente também nos primeiros meses de 2021 tiveram novas datas anunciadas, aguardando o avanço das vacinações. Foi o caso de “Um Lugar Silencioso II”, “007 Sem Tempo Para Morrer”, a cinebiografia de “Elvis”, “Os Caça-Fantasmas: Mais Além” entre outros. A Disney tem conseguido muito sucesso com sua plataforma recentemente lançada, a Disney +, onde descarregou “Mulan” e “Soul”, enquanto aguarda o que fazer com “Viúva Negra”, “Jungle Cruise”, “Cruella”, “Shang Chi And The Legend of the Ten Rings” entre outros.

A gigante Netflix tem se beneficiado muito nesse cenário tendo anunciado no início de Janeiro que está pronta para estrear um filme por semana durante todo o ano, o que inclui títulos como “Red Notice”(Dwayne Johnson, Gal Gadot e Ryan Reynolds), “Woman in the Window” (Amy Adams) , “Don’t Look Up” (Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence) além da sequências para “A Barraca do Beijo”, “Para Todos os Garotos que Amei”, “A Princesa & A Plebeia” e, claro, o forte da Netflix novas temporadas para séries de sucesso como “Stranger Things”, “Locke & Key”, “The Umbrella Academy”, “Cobra Kai” etc.

Não há dúvida que mesmo depois de passada a pandemia, tudo será repensado, replanejado para se adaptar aos novos tempos. A sétima arte, contudo, sobreviverá assim como aconteceu antes. Cineastas como Martin Scorcese e David Fincher realizaram trabalhos primorosos nessa nova realidade como “O Irlandês” e “Mank”, ambos da Netflix, e não podemos deixar de mencionar a “Amazon Prime” que tem se destacado no cenário atual, prometendo para breve “Um Príncipe em Nova York 2”, com Eddie Murphy, também gerando grande expectativa em torno. A temporada das tradicionais premiações, incluindo Golden Globe e Oscar estão sendo flexíveis para a invasão do streaming como forma de se manterem relevantes no cenário de pandemia, ainda assustador, e sem um horizonte visível para a retomada do cinema como experiência pública, unida e reunida em uma exibição como fizeram os irmãos Lumière. Por tudo isso, celebremos a data e fiquemos atentos pois como dissera Al Jolson na passagem do cinema mudo para o falado em 1927 “Ainda não vimos nada!”.

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Sobre o Colunista:

Adilson de Carvalho Santos

Adilson de Carvalho Santos

Adilson de Carvalho Santos e' professor de Portugues, Literatura e Ingles formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pela UNIGRANRIO. Foi assistente e colaborador do maravilhoso critico Rubens Ewald Filho durante 8 anos. Tambem foi um dos autores da revista "Conhecimento Pratico Literatura" da Editora Escala de 2013 a 2017 assinando materias sobre adaptacoes de livros para o cinema e biografias de autores. Colaborou com o jornal "A Tribuna ES". E mail de contato: adilsoncinema@hotmail.com

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