RESENHA: Mulheres ao Ataque (The Other Woman)

Não espere muita originalidade nesta história de vingança. Rubens Ewald Filho ainda comenta que Cameron Diaz anda cada vez mais esquisita nos filmes recentes.

07/05/2014 15:21 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA: Mulheres ao Ataque (The Other Woman)

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Mulheres ao Ataque (The Other Woman)

EUA, 14. Direção de Nick Cassavetes. Roteiro de Melissa Stack . 109 min. Com Cameron Diaz, Don Johnson, Leslie Mann, Kate Upton, Nikolaj-Coster Waldau, Taylor Kinney, Nicki Minaj.

Fez uma carreira bem razoável esta comédia endereçada ao público feminino (custou 40 milhões de dólares e nos EUA rendeu 83 mais 107 milhões de renda). Mas não espere muita originalidade. Não chega nem a ser direito uma comédia. É outra historia de vingança, com três vitimas de traição masculina que resolvem acertar as contas (alguns o acham muito semelhante ao já antigo Clube das Desquitadas). O roteiro escrito por uma novata Melissa Stack  que poderia  ser divertido não tivesse cenas longas e arrastadas, prejudicada por elenco irregular (Don Johnson, parece desacostumado a representar fazendo o pai de Cameron, Leslie Mann caindo na total caricatura). O que ainda por cima é muito acentuado por sua trilha musical muito fraca (onde até brilha o tema de Missão Impossível). 

Cameron Diaz é Carly, de Nova York que leva a sério sua carreira e que descobre que seu namorado de dois meses Mark (Coster) na verdade é casado (ela é recebida pela esposa Kate, Leslie Mann, uma chata desamparada e até simpática, que está sendo duplamente enganada. Só depois dos 40 e tantos minutos,  que as duas ficam amigas e vão até os Hamptons onde descobrem que Mark tem outra vitima, Amber (a apresentação dela lembra tanto Pamela Anderson em SOS Malibu quanto Bo Derek em Mulher Nota Dez). O papel é de Kate Upton, a modelo da revista Sports Illustrated, edição da maiôs, que tinha antes feito apenas duas pontinhas no mal visto Três Patetas e Roubo nas Alturas.

E se a vingança começa devagar, fica pesada quando descobrem que além de tudo ele está roubando dinheiro e depositando no estrangeiro. Isso as leva as Bahamas e assim por diante. Já deu para desconfiar que não estamos diante de nenhuma obra prima. O diretor é Nick Cassavetes, que desistiu de imitar o pai brilhante John Cassavetes (que simplesmente criou o cinema independente norte-americano), muito menos tem o talento da mãe, a grande Gena Rowlands. É apenas uma tarefa de encher o bolso para sustentar a família (uma das filhas faz ponta como secretaria legal). Difícil entender porque foi tão bem de bilheteria sendo tão medíocre e sem graça. Não tem graça nem quando o herói fica com dor de barriga, cria seio ou cai cabelo.

Cameron Diaz anda cada vez mais esquisita nos filmes recentes, culpa do botox que a esta deixando envelhecida (já chegou aos 41 anos). O fato é que comediante não pode usar esse tipo de drogas, fica bizarra e não convence. Leslie Mann consegue emplacar um filme sem a interferência direta do marido produtor Judd Appatow. Mas o script do trio poderia ser mais forte e o resultado seria menos trivial. O tal galã Nikolaj falha principalmente nos momentos em que ter que ser engraçado!

 

 

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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