Até o Último Homem (Hacksaw Ridge)

EUA, Australia, 16. 139 min. Direção de Mel Gibson. Com Andrew Garfield, Teresa Palmer, Rachel Griffiths, Hugo Weaving, Luke Bracy, Melo Gibson (filho de Mel),Sam Worthington,Vince Vaughn.

Embora o título brasileiro nada tenha de original, a grande surpresa deste drama de Guerra baseado em fatos reais é o fato de que ele foi escolhido pelo júri do premio chamado Critic´s Choice que irá acontecer dia 11 agora de dezembro e por coincidência ou bom timing o filme estará estreando no Brasil justamente na quinta seguinte (cerca de 300 críticos e jornalistas de diferentes mídias) que o classificou como finalista para Melhores do Ano como melhor diretor (uma surpresa por causa dos escândalos do diretor Gibson), filme, ator (Andrew Garfield, o que foi Homem Aranha), montagem, penteado, filme de ação e Garfield novamente como ator em filme de ação.

A questão básica é que nunca se negou que Mr. Gibson era um competente realizador, tinha domínio da imagem e sabia escolher os temas. Mas isso não justificava porque varias vezes em crises de alcoolismo acusava os judeus de varias coisas ofensivas e partia mesmo para um fanatismo religioso altamente grave. Mas já se passaram mais de 10 anos e parece que ao menos os críticos estão dispostos a perdoá-lo (o que admito não é uma coisa tão fácil e comum, não sei, porém como agirão os verdadeiros donos da grana). O fato é que este filme de guerra é extremamente bem feito, quase impecável (a mim pareceu que tinha excesso de planos com bombas voando e gente explodindo na tela).

É sobre Desmond Doss, um caipira do interior, que tinha problemas com o pai ex- militar e agora alcoólatra (o australiano Hugo Weaving e tive o prazer de ver a excelente Rachel Griffiths em papel pequeno como a mãe. Ficamos amigos agora em Gramado). Escolhido para o papel central foi o americano treinado na Inglaterra o ex Homem Aranha, o bom ator Garfield que com um penteado horrível (proposital) e nenhuma maquiagem para ficar melhor, faz o herói que depois do ataque a Pearl Harbor por conta dos japoneses se alistou para lutar no conflito mas esbarrou num programa sério. Por razões religiosas de fé, recusava-se a pegar numa arma e lutar em combate. Isso provocou uma reação negativa do exército que o perseguiu e acusou, ate chegarem a um acordo tácito, fazendo com que ele entrasse na luta mas sem usar arma, arriscando a vida ajudando os feridos e os tirando do fogo cruzado. O que fez com todos os méritos e talvez a cena mais interessante é quando todo o pelotão aguarda ele acabar de rezar para entrarem em combate.

Não me pareceu que tivesse nada de novo, nem mesmo num caso de evitar lutar (houve um astro de cinema muito famoso Lew Ayres, o Dr. Kildare, que teve o mesmo problema, foi muito perseguido mas acabou impondo sua vontade, embora sua carreira nunca mais voltasse ao apogeu). A verdade é que estamos diante de um bom e eficiente filme de guerra, não sei se tão assim merecedor de prêmios. Mas para Mr. Gibson as indicações são ouro do céu. Porque eu fiquei pensando depois, será que ele não esta se comparando ao herói do filme, se achando também que foi vitima de perseguição e injustiças! Não duvido...