RESENHA CRTICA: Uma Nova Chance (Second Act)
at engraado ver textos dos comentaristas machistas que resmungam e ofendem, preconceito existe em toda parte, at mesmo em mera diverso
Uma Nova Chance (Second Act)
EUA, 2018. 1h43 min. Direção de Peter Segal. Roteiro de Justin Zackham, Elaine Goldsmith Thomas. Com Jennifer Lopez, Vanessa Hudgens, Leah Remini, Treat Williams, Milo Ventimiglia, Annaleigh Ashford, Charlyne Yi, Alan Aisenberg, Dave Foley,Larry Miller.
Não me parece o momento apropriado para lançar no Brasil esta modesta comédia romântica, aliás, como várias outras que ela Jennifer (1969-) estrelou quando mais jovem, justamente agora neste momento em que as salas de cinema tem tido um bom público interessado mais nos filmes indicados para o Oscar (o que já é um bom sinal). Mas nesse meio tempo em que se fixou em sua carreira musical, quase toda em televisão, com ocasionais aparições com dois filmes menores, Lila e Eve, Unidas pela Vingança e o O Garoto da Casa ao Lado (ambos 2015). Para dar certo prestigio ao filme, chamaram o diretor de comédia Peter Segal que tem feito também muita TV, mas nos bons tempos esteve com Agente 86, Ajuste de Contas, Como Se Fosse a Primeira Vez (e também várias comedias!). Ela faz o papel de Maya, uma vendedora de loja que tem a oportunidade de reinventar seu estilo de vida, ao se tornar, por acidente, uma alta executiva. Em meio a novos desafios, ela vai provar que o que se aprende nas ruas vale tanto quanto um diploma universitário. Ao mesmo tempo conquista suas aliadas.
Já dá para perceber que se trata de uma comédia romântica, altamente “feminina” (homens de fora!) o que pode explicar seu êxito de bilheteria nos EUA até agora. Seu orçamento foi modesto, apenas de 16 milhões de dólares e logo já passou dos 38 milhões e mais um total de 51 no exterior, os críticos de origem machista em geral acabaram com o filme e sua proposta que era basicamente fazer rir e agradar as senhoritas (o diretor por sinal foi instruído pelos donos do projeto que cada detalhe fosse provocando riso e alegria, especialmente em todas as cenas feitas em Manhattan!). Outra coisa curiosa: Jennifer assumiu o papel depois que Julia Roberts desistiu. É até engraçado ver textos dos comentaristas machistas que resmungam e ofendem, preconceito existe em toda parte, até mesmo em mera diversão.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.