Navegando na Netflix: Very Murray Christmas
Pouco depois de ter estreado nos Estados Unidos já esta disponível pela Netflix esta produção especial
Navegando na Netflix: Very Murray Christmas
Direção de Sofia Coppola. Com Bill Murray, Paul Shaffer, Jason Schartzman, Rashida Jones, Jenny Lewis, a banda Phoenix, Amy Poehler, Julie White, George Clooney, Chris Rock, Miley Cirus, Maya Rudolph,l Jenny Lewis, Michael Cera. Produção de Roman Coppola. Show Musical Natalino. Cerca de 60 minutos.
Pouco depois de ter estreado nos Estados Unidos já esta disponível pela Netflix esta produção especial deles, que no fundo é uma brincadeira entre amigos do comediante Bill Murray (lançado na fase clássica de Saturday Night Live, fez muitos filmes como Os Caçafantasmas, a comédia hoje clássica Feitiço do Tempo. Não é obviamente engraçado, não canta muito bem e aqui apenas repete seu tipo ranzinza de costume, inclusive seu gosto pelo Natal (não se esquecem que ele estrelou uma versão de Um Conto de Natal que resultou numa atualização de Dickens que se chamou Os Fantasmas Contra Atacam, 98) e pelo reencontro de velhos amigos (Sofia Coppola que dirigiu o show foi quem teve melhor resultado com ele em Encontros e Desencontros, 03, que lhe deu sua única indicação ao Oscar). Além disso chamou o primo dela Jason Schwartzman com quem ele co estrelou em Três é Demais (Mount Rushmore, 98) e como produtor o irmão de Sofia, Roman Coppola.
Difícil dizer o que foi dirigido porque o programa tem um ar casual e informal que parece cuidadosamente ensaiado. Seu maior charme é acontecer justamente no bar do lendário Hotel Carlyle onde ainda hoje em dia é o lugar preferido para shows estilo cabaret de grandes nomes da música. Só que aqui Murray iria comandar um programa natalino que é estragado por que uma tempestade de neve atingiu Nova York e as pessoas cancelaram suas aparições a tal ponto que ele sequestra Chris Rock (próximo apresentador do Oscar) na esperança de que ele participe do show. Que é basicamente uma serie de números de canto natalinos, com a participação de nomes não tão famosos (uma surpresa para mim foi ver Maya Rudolph com uma bela voz, o que é lógico já que é filha da falecida cantora Minnie Riperton!). Mas é meio esquisito acompanhar alguns convidados interpretando a si mesmos, enquanto outros fazem personagens alheios (Cera é um empresário mau caráter, Amy e Julie são as produtoras de Murray). Tudo meio íntimo como deveria ser mesmo um encontro entre amigos. O único momento mais produzido é num palco decorado de neve e que tais, onde aparece Clooney (mera figuração de luxo), Miley Cirus (cantando de verdade desta vez sem tirar a roupa) e Murray (além do onipresente o maestro Paul Shaffer). Tudo naturalmente legendado.
Realmente só recomendo o show se você for fã absoluto de Bill Murray, que é sem dúvida um gosto adquirido.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.