Dossie Bond 6: 007 A Servico de Sua Majestade

O sexto filme de James Bond tem duas estreias: O diretor Peter Hunt e o sucessor de Sean Connery, o australiano George Lazenby

05/01/2021 14:27 Por Adilson de Carvalho Santos
Dossie Bond 6: 007 A Servico de Sua Majestade

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O sexto filme de James Bond tem duas estreias: O diretor Peter Hunt e o sucessor de Sean Connery, o australiano George Lazenby. Ambos a serviço de uma das melhores aventuras de 007, ao contrário do que se convencionou falar. Hunt, era diretor de segunda unidade e montador de todos os filmes anteriores do agente secreto criado por Ian Fleming. A historia foi adaptada do 11º livro de Fleming e mostra Bond salvando a vida de Tracy Draco (Diana Rigg), filha de um chefão do crime internacional, que tenta cometer suicídio. Em gratidão, Marc Draco (Gabrielle Ferzetti) revela a Bond o esconderijo de Brofeld (Telly Savalas) nos Alpes Suiços e, com sua ajuda, descobre que os planos do líder da Spectre apontam para uma arma biológica capaz de eliminar a vida animal e vegetal, obrigando os governos mundiais a se dobrarem a seus pés. Em um desdobramento impensável, Bond se casa com Tracy, mas ... (ALERTA SPOILER !) não há “felizes para sempre” pois Brofeld mata Tracy a sangue frio na frente de Bond. A adaptação segue fielmente o livro de Fleming

 Até o lançamento de “Cassino Royale” em 2006, “007 A Serviço de Sua Majestade” era o filme mais longo de James Bond (142 minutos) e, ao contrário do que se pensa não foi um fracasso de bilheteria apesar da rejeição do público ao substituto de Connery. O ex-vendedor de carros e ex-modelo George Lazenby, então com 29 anos (o ator mais novo a interpretar o personagem já que Sean Connery tinha 33 anos quando começou) assinou um contrato para vários filmes, mas a rejeição do público, não foi a única coisa que abreviou sua carreira no papel. Lazenby não se sentiu à vontade no papel e admitiu em entrevistas, concedidas muito tempo depois, que achava o papel pouco interessante comparado à produção cinematográfica da época. Se medirmos sua atuação, isento de favoritismo, percebemos que fisicamente seu Bond é convincente, apesar do carisma zero do ator. Também tornou-se notório os desentendimentos entre o novato Lazenby e os produtores. As diferenças envolviam também Lazenby e Rigg, sua co-estrela. O próprio diretor muitas vezes se comunicava com Lazenby através de seu assistente. Contudo, a história se sustenta apesar disso com movimentação frenética equilibrada com o inesperado romance entre Bond e Tracy. O papel de Tracy Draco, a única Bond girl que levou 007 para o altar, quase ficou com Brigitte Bardot ou Catherine Deneuve, mas foi Diane Rigg que vinha da série de Tv inglesa “The Avengers” (nada a ver com os Vingadores dos quadrinhos Marvel) quem ficou com o papel, e fez uma Bond girl no ponto certo, adequado à trama que se desenrola. Telly Savalas está maravilhosamente odiável como o antagonista, vestindo a pele de um Brofeld mais físico na trama. O ator, que anos mais tarde ganharia a fama na Tv no papel do detetive “Kojak”, da série de TV, se tornou o segundo rosto do vilão nas telas (Anthony Dawson não mostrou o rosto como Brofeld, apenas as mãos, e coube a Donald Pleasance viver o personagem de corpo inteiro no filme anterior “Com 007 Só se Vive Duas Vezes”. A luta contra Brofeld, ao final do filme, é eletrizante culminando com uma excelente perseguição na neve.

 A trilha da abertura ficou na belíssima voz rouca de Louis Armstrong (mais lembrado pela comovente “What a Wonderful World”). O tema de Armstrong para o filme dá o tom de emotividade e fatalidade ao romance de Bond e Tracy, e sua belíssima melodia está entre as melhores da série, sendo a última gravação na voz de Louis Armstrong, que morreu dois anos depois.

 O filme teve um custo estimado em torno de 7 milhões de dólares, rendendo surpreendentemente quatro vezes mais internacionalmente. O filme foi lançado em uma movimentada premiere em 18 de dezembro de 1969, chegando aos cinemas brasileiros em janeiro do ano seguinte. Um resultado muito bom considerando que Lazenby era um intérprete desacreditado. Chegaram a considerar incluir no roteiro a justificativa de que Bond teria feito cirurgia plástica para passar incógnito em suas novas missões, mas logo foi deixado de lado. Contudo, os produtores incluíram uma piadinha logo depois dos créditos iniciais quando Bond se vira e diz “This never happened to the other fellow “ (Isto nunca aconteceu com o outro cara). Necessário dizer algo mais ?

 

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Sobre o Colunista:

Adilson de Carvalho Santos

Adilson de Carvalho Santos

Adilson de Carvalho Santos e' professor de Portugues, Literatura e Ingles formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pela UNIGRANRIO. Foi assistente e colaborador do maravilhoso critico Rubens Ewald Filho durante 8 anos. Tambem foi um dos autores da revista "Conhecimento Pratico Literatura" da Editora Escala de 2013 a 2017 assinando materias sobre adaptacoes de livros para o cinema e biografias de autores. Colaborou com o jornal "A Tribuna ES". E mail de contato: adilsoncinema@hotmail.com

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