47a. Mostra Internacional de Cinema de SP: Dicas de filmes

Confra mais de 20 indicacoes de filmes que ainda podem ser vistos na Mostra

29/10/2023 11:42 Por Felipe Brida
47a. Mostra Internacional de Cinema de SP: Dicas de filmes

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ESPECIAL DE CINEMA 

 

Os bons filmes da 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

A 47ª Mostra Intl. de Cinema de SP começou no dia 19/10 e segue até dia 01/11, com sessões presenciais em diversas salas de cinema da capital e também em três plataformas online (com sessões gratuitas), que são o Sesc Digital (https://sesc.digital/home), Itaú Cultural Play (https://assista.itauculturalplay.com.br/Home) e SPCine Play (https://www.spcineplay.com.br), com limite de views. Confira drops com rápidos comentários dos bons filmes desse ano da Mostra que conferi nos últimos dias. 

 

Robot Dreams (Espanha/França, 2023, de Pablo Berger)

Exibido em Cannes e ganhador de prêmio especial no festival de Annecy, a graciosa animação para jovens e adultos vem de uma adaptação para as telas da popular graphic novel de Sara Varon. Um cão que mora sozinho num apartamento na Nova York dos anos 80 adquire um robô para acabar com sua solidão. Entre aventuras e desventuras, os dois se tornarão grandes amigos, até que um fatídico dia na praia poderá colocar um fim na relação dos dois. Sem diálogos, com muitos momentos cômicos e referências ao mundo do cinema, é do diretor de ‘Branca de neve’. Deve estrear em breve no Brasil, com distribuição da Imovision. Exibição presencial ainda no dia 29/10.

Bom dia à linguagem (Irã/Reino Unido, 2022, de Mania Akbari)

Filme-testamento do diretor e roteirista francês Paul Vecchiali, falecido em janeiro aos 92 anos. Nesse trabalho independente e teatral, ele também atua. São dois personagens em cena apenas. Vecchiali é um idoso doente que recebe a visita inesperada do filho que não vê há algum tempo. Durante um dia inteiro, irão recordar de momentos familiares, bem como sobre a situação crítica que os afastou. Com poucos cenários – todos dentro e fora de uma casa e seus jardins, o filme é um longo diálogo de pai e filho separados pelo tempo, que tentam pela última vez se reconectar. A câmera fica estacionada o tempo todo frente aos atores, em planos bem enquadrados. Pascal Cervo atua corretamente no papel do filho, e ajudou Vecchiali no roteiro. Passou no Festival de Locarno. Exibição presencial ainda no dia 30/10.

Como você se atreve a desejar algo tão terrível (Irã/Reino Unido, 2022, de Mania Akbari)

A cineasta iraniana Mania Akbari realizou um filme experimental crítico, que se utiliza da metalinguagem cinematográfica para fazer uma investigação antropológica e um estudo sobre a mulher no Irã. Ela reuniu trechos de filmes em PB e coloridos feitos em seu país até a Revolução Iraniana, no final dos anos 70, com foco na mulher reprimida e sexualizada na tela. Com isso em mãos, reflete como os cineastas homens reproduziram essas imagens por décadas a fio. É uma sucessão de sequências desses filmes com breves narrações da própria diretora. Gostei muito e recomendo. Sessões encerradas.

Pedágio (Brasil, 2023, de Carolina Markowicz)

Um dos melhores filmes da Mostra desse ano, com Maeve Jinkings num papel soberbo, além da ótima e premiada interpretação do jovem ator Kadu Alvarenga. Maeve interpreta uma mãe divorciada que trabalha como cobradora num posto de pedágio. Ela tem um filho gay que gosta de cantar e dançar e fazer vídeos para a internet. Ela tem dificuldade em aceitar o filho homossexual e, orientada por uma colega de trabalho, tenta levá-lo a um centro de cura gay mantido por um pastor português. Fotografia esplêndida com cores vibrantes, direção caprichada de Carolina Markowicz, que havia trabalhado com Maeve em ‘Carvão’, e um roteiro duro e sério colocam o longa na lista dos melhores filmes brasileiros do ano. Exibido nos festivais de Toronto e San Sebastian. Houve duas exibições na Mostra, nos dias 20 e 24/10. Estreia em breve nos cinemas pela Paris Filmes.

Névoa prateada (Holanda e Reino Unido, 2023, de Sacha Polak)

Coprodução Holanda e Reino Unido, esse contundente e dramático filme independente conta a história de uma jovem enfermeira que busca se vingar dos culpados pelo acidente que deixou seu corpo com graves queimaduras. Enquanto revê o passado, apaixona-se por uma paciente do hospital onde trabalha, e juntas fogem para uma cidadezinha do litoral. A ótima atriz Vicky Knight, que de verdade teve 40% do corpo queimado por causa de um incidente, ganhou o prêmio de júri no Teddy, em Berlim, e lá o filme concorreu ao Panorama. A diretora iniciante Sacha Polak conduz o elenco de maneira formidável e dá uma aula na condução da história e na fotografia. Exibição presencial ainda no dia 30/10.

Sonhando e morrendo (Singapura/Indonésia, 2022, de Nelson Yeo)

Nesse curtinho filme de Singapura, três velhos amigos, hoje de meia-idade, reencontram-se depois de muitos anos. Discutem o passado e expõe sentimentos profundamente guardados. Simples nos diálogos e nas técnicas de filmagem, é um drama com humor leve e momentos mágicos, como a conversa com o peixe, que trata de amizade e reencontros da vida. Há apenas três pessoas em cena – dois atores e uma atriz, todos bem dirigidos. Exibido no Festival de Locarno. Sessões encerradas.

The Royal hotel (Austrália/Reino Unido, 2023, de Kitty Green)

Julia Garner, da série Ozark, é o grande chamariz desse filme independente vendido como drama de suspense, que tem um bom desenrolar e momentos tensos. Ela é uma jovem mochileira que vai com uma amiga para a Austrália. Quando o dinheiro acaba, vão trabalhar temporariamente num pub sem muitos atrativos, frequentado por homens misóginos e beberrões em busca de farra e briga. Quem toma conta do local é o personagem interpretado por Hugo Weaving. Até que as duas passam a ser ameaçadas e sofrem abusos psicológicos. Misturando drama, humor sarcástico com muitas tiradas e suspense com direito a cenas de violência, é um dos destaques da Mostra de 2023. Exibido nos festivais de Londres e Toronto. Sessões encerradas.

Atrás das montanhas (Tunísia/Bélgica/França/Itália/Arábia Saudita/Catar, 2023, de Mohamed Ben Attia)

Vários filmes do diretor tunisiano Mohamed Ben Attia já passaram em edições da Mostra, como ‘A amante’ (2016) e ‘Meu querido filho’ (2018), e na programação de 2023 trouxeram um de seus melhores filmes, ‘Atrás das montanhas’, que passou na seção Horizons do Festival de Veneza. O ator Majd Mastoura, que costuma trabalhar com Attia, interpreta um ex-presidiário que sequestra o filho e o leva para as montanhas. O objetivo é mostrar para o menino que ele sabe voar. Há algo mágico no cinema de Attia, e mais uma vez, e com mais emoção e ternura, ele constrói suas histórias inspiradoras. Assim como em ‘Meu querido filho’, o foco é na relação de pai e filho. Exibição presencial ainda nos dias 31/10 e 01/11.

O castelo (Argentina/França, 2023, de Martín Benchimol)

Gostei demais do filme, um genuíno docudrama argentino rodado nos pampas, todo dentro de um pequeno castelo. Lá vive uma mulher e sua filha. A mulher era governanta do local, e depois da morte do patrão, herdou o castelo e as terras no entorno. E o filme acompanha o dia a dia dessas duas mulheres, e de como se constrói a relação entre elas. As personagens são cativantes, mesmo com seus gênios fortes. Passou na seção Panorama do Festival de Berlim e ganhou prêmio especial no Festival de San Sebastian. Exibição presencial ainda nos dias 29 e 31/10.

Ousamos sonhar (Reino Unido, 2023, de Waad al-Kateab)

Documentário emocionante da diretora e produtora síria Waad al-Kateab, indicada ao Oscar pelo belíssimo doc ‘For Sama’ (2020). Ela resgata a história de atletas refugiados do Irã, da Síria, do Sudão do Sul e de Camarões, e mostra as dificuldades deles e delas para seguir no esporte, um mundo competitivo e de chances limitadas. Há entrevistas brilhantes, bonitas histórias pessoais dos atletas e cenas de preparação deles para as Olimpíadas de Tóquio, em 2021, quando o filme começou a ser gravado. Exibido no Festival de Tribeca, pode ser assistido gratuitamente na plataforma Sesc Digital.

La chimera (Itália/França/Suíça, 2023, de Alice Rohrwacher)

Um novo e instigante trabalho da cineasta italiana já indicada ao Oscar Alice Rohrwacher – de ‘As maravilhas’ e ‘Feliz como Lázaro’. Seus filmes, autorais, são alegóricos e repleto de imagens mágicas. Aqui, um rapaz de origem italiana (Josh O’Connor, de ‘The crown’) retorna de trem ao vilarejo onde cresceu para ver a família. Lá se junta a um grupo de delinquentes que furtam tumbas antigas para vender artefatos de forma ilegal. E paralelamente a isso, ele cria fortes vínculos com uma jovem carismática (papel da brasileira Carol Duarte, de ‘A vida invisível’). Tem participação especial de Isabella Rossellini. Um filme de arte diferente para conferir na Mostra. Indicado à Palma de Ouro em Cannes. Exibição presencial ainda nos dias 28, 29 e 31/10 e 01/11.

Quem fizer ganha (Reino Unido/EUA, 2023, de Taika Waititi)

O cineasta neozelandês Taika Waititi retorna à origem de seu cinema autoral, de seus filmes independentes, depois de fazer dois blockbusters do super-herói Thor (‘Ragnarok’ e ‘Amor e trovão’). E realiza uma história real, engraçada, com um bom elenco de apoio, além do bom protagonismo de Michael Fassbender. Ele interpreta o americano Thomas Rongen, um treinador de futebol que vai para Samoa Americana levantar o time, que ficou na lanterna nos últimos campeonatos e nunca marcou um gol em campo. Em 2001 o time perdeu de 31 a 0 da Austrália, nas eliminatórias da Copa do Mundo, ficando a partida marcada como o maior vexame da história do futebol mundial. Quando o treinador chega na ilha da Polinésia, vê uma equipe indisciplinada, sem rigor e com atletas folgados, o que dará um trabalho danado para ele. Um filme gostoso, leve e cheio de vida, que lembra ‘Jamaica abaixo de zero’. Exibido no Festival de Toronto, deve estrear pela Searchlight Pictures no Brasil em 14 de dezembro. Exibição na Mostra ainda no dia 28/10.

Arte da diplomacia (Brasil, 2023, de Zeca Brito)

Doc brasileiro de um amigo querido, o gaúcho Zeca Brito, de ‘O guri’, ‘Legalidade’ e ‘Hamlet’ (este, exibido na Mostra do ano passado). Trata de como a cultura brasileira teve papel primordial e exemplar na luta contra o nazifascismo na década de 1940, quando o Brasil participou de um leilão no Reino Unido com centenas de pinturas doadas por 70 artistas modernistas. No longa, o diretor entrevista diplomatas, historiadores da arte, professores e artistas, e resgata em fotos, reportagens e vídeos esse momento crucial tanto para a arte brasileira quanto para a política mundial. Exibição na Mostra ainda nos dias 28 e 31/10.

Uma vida de ouro (Burkina Faso/Benin/França, 2023, de Boubacar Sangare)

Um dos grandes documentários exibidos pela Mostra de 2023, acompanha a exaustiva trajetória de um rapaz de 16 anos que trabalha com um grupo de mineradores em Burkina Faso. Ele desce 100 metros debaixo da terra em busca de ouro, sonhando com um futuro mais digno. A câmera invasiva mostra detalhes da busca pelo ouro, do suor que escorre do seu corpo e das expressões de frustrações em um trabalho arriscado, que beira a morte. Passou na seção Fórum do Festival de Berlim. Exibição presencial ainda nos dias 28 e 30/10.

Em nossos dias (Coreia do Sul, 2023, de Hong Sang-soo)

Todo ano a Mostra traz um filme do diretor sul-coreano Hong Sang-soo, adorado pelo público com suas fitas rápidas, simples e que são grandes lições de cinema e de vida. Esse ano, assim como em outras edições, são dois longas-metragens dele na Mostra, o bom ‘Em nossos dias’ e infelizmente um que não deu nada certo, ‘Na água’, em que desfoca atores e paisagens o tempo todo, resultando numa experiência cansativa, mesmo tendo apenas 61 minutos de duração. Mas ‘Em nossos dias’ a sessão compensa. Na história, uma mulher de 40 anos vai morar na casa de uma amiga que cria um gato. Ao mesmo tempo, conhecemos um poeta recluso, que dará uma entrevista sobre sua carreira para dois jovens documentaristas. E assim as histórias surgem, desaparecem e se complementam. Como sempre, Sang-soo, de ‘Certo agora, errado antes’, ‘Na praia sozinha á noite’ e ‘O dia depois’, traz suas técnicas de cinema características – pequenas tramas juntas, câmera estática gravando longos diálogos, atores posicionados de lado, de perfil, em que falam da vida, do cotidiano, da existência, do outro, sempre com humor e sutilezas. São filmes contemplativos, típicos do cinema cult. Exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes. Exibição presencial ainda nos dias 28 e 31/10.

Afire (Alemanha, 2023, de Christian Petzold)

Em seu novo trabalho, o diretor alemão Christian Petzold deixa de lado seus filmes complexos de drama de guerra com ar de ficção científica, e se volta para um drama com humor e romance. É um filme diferente do que estamos acostumados a ver dele – é o diretor de ‘Phoenix’ e ‘Em trânsito’. São alguns dias na vida de um jovem escritor (o austríaco Thomas Schubert, num bom desempenho) que vai com um amigo para uma casa de férias no mar Báltico. Lá tentará terminar seu novo livro, enquanto aguarda a chegada do editor. Ele conhecerá uma mulher hospedada no quarto ao lado que mudará sua vida. Os dias são quentes, ele está preocupado com o livro, até que um incêndio de grandes proporções atinge florestas de região, deixando-os isolados e sem comunicação. É um estudo de personagem, com boa fotografia e muito sentimento autoral na história. No elenco temos a atriz alemã Paula Beer, que já trabalhou com Petzold em ‘Undine’. Venceu o Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim. Exibição presencial ainda nos dias 28/10 e 01/11.

Samuel e a luz (Brasil/França, 2023, de Vinicius Girnys)

Doc brasileiro interessante e bem editado, sobre um garoto chamado Samuel, que mora num vilarejo de pescadores em Paraty/RJ. Seus dias são marcados pela tranquilidade, num local idílico e estacionado no tempo. Até que se depara com uma nova realidade, a chegada da energia elétrica e das tecnologias. Foram seis anos gravando o crescimento de Samuel em meio a essas transformações, em que se discute o choque da modernização pelo ponto de vista de um menino. Coprodução Brasil/França, exibido no Festival Visions du Réel. Exibição presencial ainda no dia 01/11.

No Adamant (França/Japão, 2023, de Nicolas Philibert)

O ganhador do Urso de Ouro em Berlim foi um dos filmes mais aplaudidos pelo público na Mostra. É um documentário – um dos poucos a ganhar o prêmio principal em Berlim – sobre uma embarcação que serve de centro psiquiátrico no cais do Rio Sena, em Paris. Nesse projeto do governo da França, que existe desde 2010, uma equipe de cuidadores, enfermeiros e médicos atuam para restabelecer o ânimo e a dignidade dos pacientes que chegam diariamente, com um trabalho humanizado. A proposta é inserir os doentes em trabalhos manuais, de pintura e de gastronomia, por exemplo – lá, os pacientes pintam, expõe suas obras ao público que os visita, fazem tortas e café e os vendem. Bonito, delicado e de temática urgente, vem num momento certo, em meio a revolução psiquiátrica que a medicina cruza, que é a humanização no atendimento aos doentes mentais. Exibição ainda no dia 31/10.

Ervas secas (Turquia/França/Alemanha, 2023, de Nuri Bilge Ceylan)

Outro cineasta muito aguardado na Mostra Intl. de Cinema de SP, o turco Nuri Bilge Ceylan, ganhador da Palma de Ouro por ‘Sono de inverno’ em 2014. Cinco anos atrás, o filme anterior dele foi exibido na Mostra, ‘A árvore dos frutos selvagens’. Esse ano, é a vez de ‘Ervas secas’, um pequeno grande épico de 197 minutos, sobre um professor de artes que é enviado a uma vila remota na Anatólia no inverno rigoroso. O local está tomado pela neve, e os moradores vivem trancados em suas casas para fugir do frio. Os alunos gostam do professor, pela gentileza como os trata, até que duas estudantes o acusam de contato íntimo com elas, o que o faz entrar num turbilhão de dilemas e insegurança naquele vilarejo. Enquanto lida com as acusações infundadas, fica próximo de uma professora ferida num atentado a bomba. Quem conhece o cinema contemplativo e dialogado de Ceylan, com sua estonteante fotografia em ambientes internos, irá gostar. Venceu o prêmio de atriz em Cannes, a turca Merve Dizdar – que na premiação fez um discurso contundente em defesa às mulheres turcas, dando um recado claro ao governo extremista de Erdogan. Distribuído no Brasil pela Imovision, deve estrear no próximo mês nos cinemas. Exibição na Mostra ainda nos dias 29/10 e 01/11.

Uma revolução em quadros (EUA, 2023, de Till Schauder e Sara Nodjoumi)

Exibido no Festival de Tribeca, esse excelente doc norte-americano produzido pela HBO deverá ser finalista do Oscar de 2024. Resgata a trajetória do pintor iraniano Nicky Nodjoumi que enfrentou a Revolução Iraniana por meio de suas pinturas expressionistas e surrealistas, que traziam para a mesa de discussão assuntos como a repressão à mulher, a relação do país com os EUA, a postura autoritária e inconforme de aiatolá Khomeini e a mobilização inconsequente das massas pelo governo. E o ponto de partida do filme é o desaparecimento de diversos quadros do artista do Museu do Irã quando a revolução estourou em 1979. Nodjoumi teve se exilar nos EUA e até hoje não viu mais aquelas pinturas, consideradas subversivas. Emocionante, com um bonito desfecho, fala do poder transformador da arte e de como ela pode revolucionar o pensamento crítico. Quem dirige é também a filha de Nicky, Sara Nodjoumi, que faz as entrevistas e vasculha o acervo do pai. Exibição presencial ainda nos dias 28 e 30/10 e 01/11.

Vale do exílio (Líbano/Canadá, 2023, de Anna Fahr)

Para fugir da guerra da Síria, duas irmãs se refugiam em um assentamento no Vale do Beka, no Líbano. Uma delas está grávida e procura o marido. A outra, sai em busca do irmão pequeno, desaparecido. Exiladas, encontram apoio num grupo de mulheres que estão nas mesmas condições, a de sobreviver. Exibido em festivais como Varsóvia e Vancouver, é mais uma pequena joia do cinema cult que a Mostra traz para os cinéfilos. Gostei muito e recomendo esse filme digno e humano, sobre mulheres determinadas que lutam pela sobrevivência diante de uma guerra interminável e massacrante. Exibição presencial ainda nos dias 29 e 31/10 e disponível na plataforma de streaming do Sesc Digital (gratuito, com limite de 2000 visualizações).  

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Sobre o Colunista:

Felipe Brida

Felipe Brida

Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com

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