Tudo Vai Ficar Bem (Every Thing Will Be Fine)

Fiz desta vez uma critica muito pessoal e sempre sincera. Ao menos assim podem mais facilmente concordar ou discordar

16/03/2016 09:49 Por Rubens Ewald Filho
Tudo Vai Ficar Bem (Every Thing Will Be Fine)

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Tudo Vai Ficar Bem (Every Thing Will Be Fine)

Canada, 2015. 118 min. Direção de Wim Wenders. Com James Franco, Rachel McAdams, Peter Stormare, Charlotte Gainsbourg, Marie Josée Croce, Patrick Bauchau, Jack Fulton.

Depois do excelente documentário parcialmente brasileiro que foi O Sal da Terra, Wim Wenders já fez mais dois filmes inéditos (The Beautiful Days of Aranjuez e Submergence, ambos com Alicia Vikander e James McAvoy) e apresenta agora este mais modesto canadense Tudo vai Ficar Bem (Every Thing Will Be Fine,15) que passou em branco em Berlim.

Para mim, o problema é a presença do insuportável James Franco. Espero que não seja cisma minha, mas desde aquele vexame que deu como apresentador do Oscar, o pior em todos os tempos, não consigo levá-lo a sério, sempre esconde um ar de zombadeiro e cínico que me impede de levá-lo a sério (por favor, leve em conta que posso estar me equivocando. Mas isso é raro). Ainda mais quando aqui representando um sério e infeliz escritor que está em crise com a mulher (Rachel McAdams, já na fase morena que a fez crescer infelizmente num papel menor) numa região de muita neve. Começa com ele num lago gelado, após ter dormido numa cabana perto de pescadores (que abrem buraco no gelo) e que vai fazer as pazes com a mulher, quando numa viagem pela neve provoca acidente ao atender o fone. Essa sequência é intrigante, porque a princípio ele pensa que atropelou um garoto que brincava na neve e só depois quando vai falar com a mãe (a francesa e discutível Charlotte Gainsbourg) é que descobre que havia outro irmão que ficou debaixo do carro. Morto. Só que tudo é tão sutil que é preciso depois que Franco tente o suicídio (ainda que não parece ter vontade total de se matar) para que seja mais ou menos perdoado criando uma estranha ligação com a mãe das crianças.

Para complicar ele ainda tem um pai doente e irascível (o muito envelhecido Patrick Bauchau). Mas como uma história dessas é difícil encontrar uma saída. Ironicamente depois desse drama, Franco passa a escrever melhor! Enfim, a história da um pulo e ele que continua o mesmo debochado disfarçado agora tem que lidar com o agora adolescente sobrevivente revoltado. A conclusão me pareceu ainda particularmente inverossímil.

Enfim, fiz desta vez uma critica muito pessoal e sempre sincera. Ao menos assim podem mais facilmente concordar ou discordar.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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