RESENHA CRTICA: O Maior Amor do Mundo (Mothers Day)

Tenho simpatia pelo gnero e o diretor, mas no tenho como negar que ele esta fora de forma

05/05/2016 14:41 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: O Maior Amor do Mundo (Mother´s Day)

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O Maior Amor do Mundo (Mother´s Day)

EUA, 16. Direção de Garry Marshall. Com Julia Roberts, Jennifer Aniston, Kate Hudson, Jason Sudekis, Britt Roberson, Timothy Olyphant, Margo Martindale,  Jennifer Garner,  Jon Lovitz, Christine Larkin. Roteiro de Tom Hines, Lily Holander, Anya Kochoff, Matthew Walker.

Se deu certo uma vez porque não repetir a formula e tentar de novo. E de novo! Foi o que sucedeu com o diretor Garry Marshall em Idas e Vindas do Amor (Valentine´s Day,10), uma comédia romântica com elenco famoso girando em torno do dia dos namorados que foi um sucesso de bilheteria de mais de 110 milhões de dólares nos EUA. Entusiasmado ele resolveu fazer algo parecido só que agora chamado de Noite de Ano Novo (New Year´s Eve, 11) e ainda com melhor elenco que incluia Robert DeNiro e Michelle Pfeiffer. Eu até que gostei do filme que tinha muita música e a festa em Times Square mas por alguma razão não deu certo e a bilheteria não passou de 54 milhões, insuficiente para se pagar. Agora anos depois ele insiste na mesma tônica fazendo um filme com elenco estrelar sobre o Dia das Mães, ainda que sem uma produtora forte (teve que contentar com a Open End). E novamente com a amiga Julia Roberts que ele transformou em estrela em Uma Linda Mulher. Mas o desastre foi catastrófico e no primeiro fim de semana não rendeu mais de 8 milhões de dólares. Pior ainda foram as criticas que deglutiram o filme. Com enorme crueldade começando pela peruca de Julia Roberts, realmente infeliz!

Não concordo muito com a agressividade porque é o tipo do filme que não engana ninguém. Um desfile de gente famosa num roteiro mal alinhavado (por 4 pessoas quase desconhecidas e não o próprio Marshall que é velho mestre de siticoms de TV como Happy Days, Estranho Casal, Morky e Mindy que revelou Robin Williams).  

Eis o que disse a Revista Variety: Escrito de forma atroz, interpretado com má vontade, reunido por acaso e reacionário quando pensa que está sendo progressista. Nada no filme faz muito sentido. É verdade que ninguém faz um mau filme de propósito, mas este dá a impressão de que houve total descaso. A narração inicial é de Penny Marshall, atriz e diretora do realizador que apresenta as mães de Atlanta (Georgia, de onde eu faço a transmissão do Oscar). A menos ruim é Sandy (Aniston) mãe solteira de dois filhos cujo ex-marido (Timothy) anunciou que vai casar com uma jovem burra. Kate Hudson faz a vizinha Jesse que vive no vizinho com a irmã Gabi (Chalke) e tenta esconder segredos dos pais reacionários, o marido é indiano e Gabi é casada com uma mulher! Também temos Jason Sudeikis como um treinador físico que perdeu a esposa (Jennifer Garner vista em vídeos caseiros) e está preocupado com a filha (Britt) que agora se interessa por rapazes. Kristin (Britt) é garçonete e tem um recém nascido mas não quer casar com o pai da criança, um humorista (Jack Whitehall), Julia é uma conhecida vendedora joias na TV na região. Pois vai acontecer tudo que você espera, como o casal de pais de Jesse e Gabi que faz uma visita surpresa. Curiosamente Atlanta é uma cidade sulista que tem uma grande população, cinquenta e um por cento de negros. Mas o roteiro não se lembrou de incluir uma mulher negra! Vai ver foi melhor assim... O crítico ainda reclama do excesso de flores como decoração e a falta de vida das performances. Aniston teria a melhor frase, dizendo para a sogra que ela podia ficar com o Dia da Bandeira! Projeto que se supõe que agora Mr. Marshall vai abandonar.

A critica do Hollywood Reporter afirma: O filme é ruim do começo e não melhora. Tem todos os clichês (músicas saltitantes, diálogos infelizes e uma péssima estrutura narrativa). Nos filmes anteriores havia um elenco maior e mais famoso, e a história dos que foram contratados tem que se esticar sem razão. Assim temos um casamento, uma crise médica, encontros inesperados, uma fuga, algumas reconciliações e uma foto selfie climática. O ator preferido do diretor que coloca o amigo em todas produções Hector Elizondo (inclusive Uma Linda Mulher) faz aparição que lembra esses bons tempos. A maior risada prossegue o critico é quando o filho pequeno de Sandy usa uma roupa de leão que da destaque a seu órgão sexual! O quarteto o central da estrelas faz variações do seus tipos costumeiros. Conclui: este é um filme que nem uma mãe é capaz de amar

Critica de USA Today, um jornal nacional e menos exigente: começa dizendo que é melhor pular a data e o encontro com o filme. Dizem que as histórias são mal conectadas, a narrativa é longa e os personagens neuróticos. Que o mais perto que chegam de ser um melodrama é na parte final com Miranda (Julia) e o bebe Zack. Mas em linhas gerais é menos violento e definitivo que os outros.

E eu, o que acho? Tenho simpatia pelo gênero e o diretor, mas não tenho como negar que ele esta fora de forma e mal auxiliado pelos escritores. Minha figura preferida no elenco é uma senhora gorda, divertida, atualmente a melhor coadjuvante do cinema, Margo Martindale, que interpreta a mãe Flo (que já ganhou 2 Emmys por The Americans e Justified. Tambem o Critic´s Choice por The Good Wife e também o Hollywood Award como parte do elenco de Álbum de Família). Só ela por mim já garante o filme.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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